Brasília – Carandiru, o oitavo filme de Hector Babenco, irá representar o Brasil na disputa por uma das cinco vagas na categoria de melhor filme estrangeiro da 76.ª. edição do Oscar, no ano que vem. O anúncio foi feito ontem à tarde no Ministério da Cultura, em Brasília.
Os cinco filmes estrangeiros que irão disputar a estatueta serão anunciados em 27 de janeiro, pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos. A premiação acontece em 29 de fevereiro.
“Melhor do que a perspectiva de uma premiação, é a imagem do País e da cultura brasileira lá fora”, comentou Antonio Grassi, presidente da Fundação Nacional de Arte (Funarte), antes do anúncio. “Onde estão os nossos filmes também estão a nossa cultura, nossa cara e nossa gente”.
O longa-metragem de Babenco, inspirado no livro Estação Carandiru, do médico Drauzio Varella, narra inúmeras histórias paralelas que culminam em 2 de outubro de 1992, dia do massacre do Carandiru, que deixou 111 detentos mortos. A produção e o lançamento do filme custaram juntos cerca de 15,2 milhões de reais.
Em suas primeiras nove semanas em cartaz, Carandiru arrecadou 27,5 milhões de reais em bilheteria, com cerca de 4 milhões de espectadores. O longa passou na frente de O Senhor dos Anéis, até então líder de público e bilheteria nos cinemas brasileiros de 2003. No elenco estão Rodrigo Santoro – no papel do travesti Lady Di -, Luiz Carlos Vasconcelos, Maria Luísa Mendonça, Sabotage, Rita Cadillac, Leona Cavalli, Lázaro Ramos, Caio Blat e Wagner Moura, entre outros.
Antecessores
Um dos filmes mais famosos de Babenco, O Beijo da Mulher Aranha, recebeu em 1984 quatro indicações ao Oscar – melhor filme, diretor, adaptação e ator. O longa acabou ficando com o prêmio de melhor ator, para William Hurt. O diretor também recebeu duas indicações em 1987, por Ironweed, nas categorias melhor ator e melhor atriz. O filme era estrelado por Jack Nicholson e Meryl Streep.