Nove cantores líricos transformam, hoje, os corredores da Pinacoteca do Estado, no centro de São Paulo, em palco. São jovens alunos da Tom Jobim Escola de Música do Estado de São Paulo (Emesp) que apresentam “A Flauta Mágica”, ópera de Wolfgang Amadeus Mozart, às 20 horas. Será um pocket show, com apenas uma hora de duração. O objetivo é popularizar a música erudita.
“Conhecida como a melhor praça do Brasil, São Paulo tem apenas três coros profissionais”, diz Mauro Wrona, coordenador da Ópera Estúdio, o curso lírico profissionalizante de dois anos da Tom Jobim. São eles: Coro da Orquestra Sinfônica do Estado (Osesp), Coral Lírico e Paulistano do Teatro Municipal, que abrem em média 300 vagas. “Mas raramente abrem concursos. Só quando um dos músico sai”, lamenta a soprano baiana Ludmila Cavali, de 28 anos, entre os nove a se apresentar na Pinacoteca.
Mesmo com tão poucas oportunidades de emprego na área, São Paulo atrai cantores líricos de todas as partes do País. Nadja de Sousa, de 29 anos, outra soprano do grupo, por exemplo, deixou o Recife para estudar e trabalhar em São Paulo há dois anos. “Na minha cidade, o Estado só investe em frevo, música típica da região. Acham que não há público para esse tipo de arte.” Nadja se formou em Canto pela Universidade Federal de Pernambuco. E agora se especializa na Tom Jobim, onde tem aulas até de técnicas de interpretação. Mesmo os caçulas do grupo têm muito estudo no currículo, caso do tenor Daniel Umbelino, de 21 anos, que acumula 12 anos de piano e 6 de canto na escola do Teatro Municipal de São Paulo.
Do grupo de nove, três fazem parte de pequenos corais, que não pagam salário, mas oferecem, digamos, uma remuneração por apresentação. A maioria, no entanto, se vira para ganhar a vida. Ludmila se divide entre aulas de música em Taubaté, no Vale do Paraíba, e apresentações em casamentos. O baixo Diego Hermírio Toniato, de 27 anos, dá aula de História. Ganhar a vida só com a música é o sonho de todos. “Somos como atletas”, diz a mezzo-soprano Luciana Pausa, de 33. “Temos de exercitar a voz e estudar a vida toda.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
A Flauta Mágica – Pinacoteca do Estado (Praça da Luz, 2, Luz). Tel.: (11) 3324-1000. Horário: hoje, 20 horas; sábado e domingo, 16 horas. Preço: grátis, mas no domingo custa R$ 6.