Em 2007, a paulistana Ana Cañas lançou seu primeiro disco, intitulado Amor e Caos. O álbum – que, hoje, tem canções consideradas bobas pela cantora e compositora – surgiu de uma vontade de sair do universo dos bares, da noite, e se lançar de vez no mercado. Depois da estreia, vieram Hein? (2009) e Volta (2012). O DVD, no entanto, demorou um pouco mais: Ana lança, esta semana, Coração Inevitável, trabalho em que registra show dirigido por Ney Matogrosso.
“Foi um momento em que senti que valia a pena ter um DVD. Pela minha autocrítica, eu sabia que não estava pronta antes. Todos sabiam. Nunca tinha rolado um papo na Sony (sua antiga gravadora) sobre um DVD”, diz Ana. Segundo ela, tudo estava alinhado: havia uma sintonia com as ideias da diretora de vídeo Vera Egito, Ney aceitou dirigir o show, a gravadora queria e o empresário topou.
Gravado em maio no teatro Geo (hoje Complexo Ohtake Cultural), o espetáculo não é exatamente aquele comandado por Ney, que estreou no ano passado. Algumas mudanças foram feitas, principalmente em função de Nando Reis, convidado por Ana a participar da gravação. “Acabei deslocando Pra Você Guardei o Amor e, como o repertório é um esqueleto, naturalmente, mudei a inter-relação das músicas”, explica.
Juntos, eles também cantam Você Bordado, composta por ambos. A set list tem, ainda, a inédita Traidor e a ultrapop Te Ver Feliz.
Entre as 22 músicas do show, 13 são assinadas por Ana, sozinha ou com parceiros. As restantes são regravações de grandes nomes como Chico Buarque e Tom Jobim (Retrato em Branco e Preto), Caetano Veloso (Escândalo) e Edith Piaf (La Vie en Rose). Para ela, esse equilíbrio é importante. “Cantar as minhas composições mais recentes me deixa confortável e é uma felicidade ver o público cantando. Já a possibilidade de cantar um Cazuza, por exemplo, me dá outros contextos”, diz, citando a frase “Somos iguais em desgraça”, de Blues da Piedade. “Como cantar isso? Tenho que acreditar, quase viver isso quando interpreto.”
CORAÇÃO INEVITÁVEL – Cantora: Ana Cañas. Distribuidora: Som Livre
(R$ 39,90).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.