As outras vezes em que o cantor e compositor franco-espanhol Manu Chao se apresentou no Brasil foi a bordo de sua big band, a Radio Bemba, com média de sete músicos. Desta vez, no show esta noite em um galpão na Vila dos Ipês, na Vila Nova Leopoldina, em São Paulo, ele está munido apenas de dois violões e bateria. “É como se fosse no boteco”, diz Manu, que está vivendo a sua fase mais botequeira de toda a vida – no sentido estético e filosófico.
Manu não quer mais gravar discos ou álbuns conceituais, afirma. Não tem vontade. No máximo, fará um combo de duas ou três músicas relacionadas entre si. Conta que fica satisfeito em ver as canções novas que toca por aí, nos bares, ganharem o mundo pela internet. Manu falou ao jornal O Estado de S. Paulo também em um boteco, no Itaim, por mais de uma hora. É um interlocutor ligado, agradável e informado sobre tudo que acontece por aqui – tem um filho brasileiro, cearense, de 12 anos.
Sua turnê passou por João Pessoa (PB), no dia 29, depois Recife (dia 3) e por Brasília (domingo). Sexta é em Guaratuba. Ele volta a São Paulo no dia 13 para um show gratuito no Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso, a partir das 15h. Hoje, toca para 2,7 mil pessoas cercado de Madji (guitarra e violão) e Gambacito (bateria). “Todo mundo me disse que era loucura, sem baixo não dava, mas está funcionando.”
Ele acaba de gravar com os mestres da guitarrada do Pará, com Mestre Vieira, e está fascinado pelo gênero nortista e pelo carimbó. Também gravou com pacientes de La Colifata (clínica de doentes mentais de Buenos Aires que aparece no filme Tetro, de Francis Ford Coppola), e o resultado é um disco duplo de download gratuito. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Manu Chao – Vila dos Ipês (Av. Mofarrej, 1.505, V. Nova Leopoldina). Tel. (011) 3835-8198. Hoje, 22h30, R$ 100. Centro Cultural Ruth Cardoso (Av. Dep. Emílio Carlos, 3.641, V. Nova Cachoeirinha). Dia 13, 15 h, grátis.