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‘Candyland’, um mundo absurdo e delirante

Resultado de uma parceria que já dura 26 anos, o quadrinho Candyland, de Olavo Rocha e Guilherme Caldas, ganha uma nova edição agora – o lançamento é neste sábado, dia 4, na Banca Tatuí (Rua Barão de Tatuí, 275, Vila Buarque), às 16h20.

Assinado pelo selo Candyland Comics, o livro tem cinco histórias praticamente inéditas. Uma delas foi recusada por uma revista eslovena, por exemplo, o que de certa maneira encaminha para o ambiente surreal em que Candyland se situa.

“Não se deixe enganar pela paisagem monocromática, pela vegetação espartana e pela fauna quase inexistente. Por trás dessa aparente falta de atrativos naturais, Candyland esconde segredos que às vezes só um bom guia – ou o delírio provocado pela iminência da desidratação – podem revelar”, informa o prefácio do livro.

Não fosse a menção à desidratação, o leitor desavisado poderia imaginar que o local é uma espécie de paródia de Curitiba (cidade de onde o projeto vem), mas também nas páginas seguintes o paralelo se esfarela.

Em uma das histórias, um homem disponibiliza as costas para alunos de tatuagem treinarem as técnicas. Poucas páginas depois, ele encontra uma prostituta cega que só enxerga uma imagem fixa. Em outro conto, ele é sequestrado por alguns malucos que aparentemente não entenderam que já não estão em guerra civil.

A impressão é que as histórias operam num degrau antes da lógica comum, e um senso de estranhamento e não pertencimento é comum no livro. Mesmo assim, pelo menos em um dos capítulos a intenção de sátira às, digamos, administrações públicas brasileiras, fica bem evidente.

Os quadrinistas citam no material de divulgação influências de José Saramago, Thomas Pynchon, Gilbert Hernandez, Buñuel, Moebius e Hugo Pratt.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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