Eles vão na contramão da turma do ‘deixa disso’ e adoram ver a briga rolar. Mas não é sadismo, é trabalho. Com um time majoritariamente masculino – são apenas seis mulheres -, a equipe do Combate, que transmitirá o UFC São Paulo no sábado, a partir das 20h35, colhe os frutos da popularização do MMA (mix de artes marciais, na sigla em inglês) por ser o único canal dedicado às competições de lutas.
Na cola do crescimento do interesse pelo esporte no Brasil, o Combate teve 85% mais assinantes em 2012 em relação ao ano anterior e tem contrato com o UFC para transmitir os torneios até 2022, com possibilidade de prorrogação até 2027. “A gente está passando por uma fase de massificação do produto, pois, hoje, o MMA é discutido até no bar”, explica Daniel Quiroga, gerente de negócios do canal, que este ano exibirá ao vivo 42 eventos de luta.
Apesar de a modalidade ter ganho espaço na TV aberta, antes na RedeTV! e depois na Globo, apenas três competições podem ser mostradas fora do Combate. O SporTV, por exemplo, só tem direito de transmitir as preliminares das lutas.
O fato de um público mais amplo ter se interessado pelo MMA, o esporte é tratado de maneira didática, principalmente no que diz respeito ao UFC, campeonato mais popular. “Nossos programas estão ligados ao evento. Fazemos um aquecimento e escutamos profissionais ligados ao esporte”, conta Quiroga.
Mesmo com a recente participação das mulheres nas rodas de telespectadores, elas ainda são minoria e representam 25% do público nos últimos dois anos. A categoria feminina foi incorporada recentemente e a primeira luta, do UFC 157, vai ao ar no dia 24 de fevereiro, com o embate entre a campeã Ronda Rousey e Liz Carmouche.
Para tentar abocanhar o público, o Combate reforçou a programação com atrações relativas ao esporte, porém, que não mostram os combates. “No Sessão Combate há documentários e filmes. Às quartas é bom para quem não se sente representado pelo futebol na TV”, aposta Daniel Quiroga. Parte dos programas é reprisada três vezes ao dia para que o espectador não tenha de esperar por mais um dia. Para este ano, o gerente avisa que o canal vai investir nos vídeos sob demanda, em plataformas como o Now. “Temos um projeto de subir mil lutas para os assinantes.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.