Camilla Belle em Quando um estranho chama

São Paulo (AE) – Em Quando um estranho chama, qualquer semelhança com clássicos do cinema do terror não é mera coincidência. O filme, remake do clássico de 1978 Mensageiro da morte, de Fred Walton, traz a aterrorizante noite de uma adolescente trancada em uma casa à beira de um lago onde vai passar uma noite como baby-sitter. Em vez de ter uma noite tranqüila enquanto as crianças dormem, a babá começa a receber ligações ameaçadoras de um estranho que pode vê-la de todos os lugares.

Mas o que mais se destaca no filme, em vez de assustar, encanta. É Camilla Belle, atriz de apenas 19 anos que nasceu nos Estados Unidos, filha de um empresário americano e de uma brasileira, que passa quase todo o filme atuando sozinha, tendo somente um telefone com quem interagir. ?Foi muito difícil. Quis me testar e consegui.?? Curiosamente, Camilla conta que preferiu não assistir ao original. ?Além de não querer me influenciar, não gosto muito de filmes de terror porque me assusto facilmente. A primeira vez em que me vi no filme, quase quebrei o dedo da minha mãe, que estava comigo, de tanto medo.??

A jovem atriz em ascensão nos Estados Unidos faz questão de falar português com a imprensa brasileira e confessa ter vontade de filmar com diretores do Brasil. ?Eu sempre passo as férias aí. Adoro passear pelos Jardins e comer feijoada.??

Enquanto não encontra um papel no mercado nacional, ela trabalha em filmes americanos independentes ao mesmo tempo em que começa a investir em filmes de grande orçamento. ?Não faço filmes porque são de arte ou porque dão dinheiro. Faço filmes porque gosto da idéia. Este personagem é especial.??

Camilla, que começou a ?trabalhar?? aos nove meses como bebê-propaganda, confessa nunca ter estudado artes cênicas. ?Aprendi por intuição, com as pessoas com quem trabalhei.??

Para se preparar para Quando um estranho chama, Camilla assistiu a O Iluminado. ?Toda vez que tinha de imaginar quem era o tal estranho que ligava, pensava no Jack Nicholson??, conta ela, que também passou a treinar corrida. ?Meu personagem é uma atleta. Precisava estar de acordo. Acordava cedíssimo todos os dias?, diz a garota, feliz com seu primeiro blockbuster. ?Acho legal fazer um filme que todas as minhas amigas vão poder assistir. Além disso, é a chance de o público do Brasil me conhecer.??

Camilla leva mesmo a sério os planos de trabalhar no País e procura acompanhar o cinema nacional. ?Aqui vejo poucos filmes brasileiros no cinema, como ?Cidade de Deus?. O resto vejo na TV?, conta ela, que tem a Globo internacional em casa. ?Minha mãe adora. Tanto que meu nome ela tirou de uma personagem que a Renata Sorrah fazia na novela Cavalo de Aço. Vejo tudo, novelas, telejornais. Assim, sempre sei o que rola?, conta. ?Gosto do meu lado brasileiro. Por isso, adoraria filmar aí. Quem sabe nas próximas férias?, planeja. A esperada viagem ainda vai demorar. A atriz embarcou há pouco para a África, onde filma por três meses a superprodução 10,000 B.C., épico pré-histórico de Roland Emmerich, que esteve à frente de Godzilla e Independence Day.

Serviço – Quando um Estranho Chama (When a Stranger Calls, EUA/ 2006, 87 min.). Terror. Dir. Simon West. 12 anos. Em grande circuito.

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