Camila Pitanga só tem elogios para seu papel em Belíssima

Num shopping center na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, são três horas da tarde de uma quinta-feira. Depois de terminar uma simples e rápida cena de Belíssima, da Globo, onde a empregada doméstica Mônica dava uma olhada nas vitrines, Camila Pitanga aproveita para passar os olhos nas modas mais recentes. E é sob os olhares atentos de freqüentadores e dos vendedores das lojas que a jovem de 28 anos de idade e 13 de carreira fala das características mais marcantes de Mônica. ?É uma mulher batalhadora, íntegra e coerente em seus princípios?, destaca.

Empolgada com a personagem criada por Silvio de Abreu, ela logo destrincha um ?novelo? de elogios. Mas não deixa de ressaltar que Mônica está um tanto dividida e vacila escolher entre Cemil e Alberto, personagens de Leopoldo Pacheco e Alexandre Borges. ?Não é um triângulo amoroso. Na verdade, é um quarteto. Além do Cemil e do Alberto, tem o Toninho?, opina, referindo-se ao garoto interpretado por Thomas Veloso. São eles, acredita, os grandes amores de sua vida. Mas cada um a sua maneira. Camila cita que Cemil representa o conforto, o homem que passa a tranqüilidade de uma vida a dois saudável. Já Alberto é o ?frisson?, que incomoda, irrita, mas que tem seu charme. Por último, Toninho é o amor materno, já que Mônica o adotou como filho depois que Valdete, vivida por Leona Cavalli, morreu. ?É uma situação cruel. Ainda mais que o garoto representa o amor incondicional. Apesar de não ser filho sanguíneo, ele é legítimo?, pondera.

Para ?encarnar? a empregada doméstica de Mary Montilla, vivida por Carmem Verônica, a atriz se cercou de todos os cuidados. O laboratório foi dentro de sua própria casa. Para a tarefa, ela contou com a ajuda de Bárbara e Romilda, suas fiéis ?assistentes?. ?Peguei características das duas, como fidelidade e capacidade de fazer tudo ao mesmo tempo e dar conta de todo recado. Tento destacar isso através da minha personagem?, valoriza. Camila não disfarça que está adorando trabalhar em sua segunda novela de Silvio de Abreu. Na primeira, fazia parte da bem-sucedida família negra da trama de A Próxima Vítima, onde vivia a Patrícia e dividia a cena com o pai Antonio Pitanga. ?Só tenho boas lembranças. Todos queriam saber quem era o grande assassino. Além disso, trabalhei com a Zezé Motta, que conheço desde criança, e com o Jorge Fernando, um vulcão em pessoa?, derrete-se.

Arte engajada

Há três anos, Camila Pitanga faz parte da ONG Humanos Direitos, que combate o trabalho escravo e a prostituição infantil, além de defender a luta pela reforma agrária. Ao lado do ator Marcos Winter, criador da ONG, Camila conta que o trabalho da entidade é marcar presença, por exemplo, no julgamento dos assassinos que mataram a missionária americana Dorothy Stang. ?Nossa presença é mais impactante do que a de um político?, compara. Além disso, a atriz destaca o papel importante das pessoas que realmente lutam pelos direitos dos excluídos, como o Frei Henry, de Rondon do Pará, que defende os trabalhadores locais que estão ameaçados de morte. ?É uma organização que tenta fazer com que a projeção que temos na carreira seja revertida para sensibilizar a sociedade?, acredita.

Além do trabalho na ONG Humanos Direitos, Camila também ?ataca? de produtora de teatro. Ao lado do ator Marcos Breda, a atriz mantém uma parceria que já rendeu dois espetáculos. O primeiro foi a produção do clássico Arlequim, de Carlo Goldoni, que foi encenada em 2003. No ano passado, Camila esteve à frente de A Maldição do Vale Negro, de Caio Fernando de Abreu. Apesar de gozar da liberdade de escolher a peça que vai montar e os atores com que vai trabalhar, a atriz já percebeu que atuar como produtora é uma tarefa árdua e cansativa. ?É um trabalho ingrato. Precisamos correr atrás de patrocínio, agendar ensaios e procurar teatros para encenarmos, entre tantas outras tarefas. Mas compensa?, assegura. 

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo