Cameron Diaz parece não saber o sex appeal que tem. A atriz californiana viu, estarrecida, seu corpo virar o centro das discussões em torno de Sex Tape: Perdido na Nuvem. Ou melhor dizendo: seu derrière. Para falar da comédia que ela estrela ao lado de Jason Segel (o Marshall da série de TV How I Met Your Mother), os dois atores conversaram com exclusividade com o jornal O Estado de S.Paulo, e parece só haver um tema a se debater, uma máxima que se sobrepõe a qualquer história: prestes a completar 42 anos, a loira faz sua primeira cena de nudez.
“Jamais imaginei que fossem dar tanta importância ao meu bumbum. E me perguntam isso direto, até se usei maquiagem. É impressionante”, desabafa Cameron, com risada meio nervosa. “Acho que foi muita inocência da minha parte não prever, né?”. Algo difícil de acreditar se tratando de uma atriz sempre associada ao físico impecável – que ela mantém, por sinal.
À primeira vista, Cameron até pode soar como a representação ideal do clichê da loira desligada do mundo, mas seu sorriso e seu discurso simplista não devem ser subestimados. A atriz é a sexta mais bem paga de Hollywood (segundo levantamento da Forbes este ano), com US$ 18 milhões (R$ 40 milhões). Há exatos 20 anos, a então modelo internacional fazia sua primeira audição para um papel, ao lado de Jim Carrey em O Máskara. “Jamais poderia imaginar que aquilo me levaria a onde estou hoje. Eu não tinha a menor ideia do que estava fazendo lá, a verdade é essa”, diz Cameron.
Começar como mocinha deu certo e ela não parou de fazer filmes desde então. De dubladora de animações como a Princesa Fiona, de Shrek, a blockbusters de ação como As Panteras, é mais lembrada por comédias como O Casamento de Meu Melhor Amigo e Quem Vai Ficar com Mary?, mas também foi dirigida por cineastas como Martin Scorsese (Gangues de Nova York) e Spike Jonze (Quero Ser John Malkovich).
“Tenho feito filmes sem parar por 20 anos e isso é bastante coisa! E, nesse tempo, sempre segui uma meta, a de nunca parar para pensar: ‘isso é o que eu quero, essa é quem eu sou’, mas focar no presente e dar o meu melhor a cada oportunidade.” Tirar a roupa, então, foi apenas parte do jogo. “Acho que, se topei fazer o filme, preciso me dispor a isso. Não se tratava de vaidade, era para ser engraçado. E estou em um momento da vida em que me sinto em paz com meu corpo.”
E, justiça seja feita, em Sex Tape, a premissa da nudez serve muito mais à comédia do que ao erotismo. Cameron e Segel interpretam Annie e Jay, um casal com dez anos de matrimônio, dois filhos e uma rotina atribulada em que o sexo entrou em extinção. Quando têm uma noite sozinhos em casa, então, decidem fazer um filme íntimo, em que se propõem a realizar dezenas de posições sexuais. O grande problema é que a gravação do vídeo é feita no tablet de Jay, que está sincronizado a outros aparelhos via acesso remoto (pela “nuvem”, ou cloud computing). Na manhã seguinte, os pais, os amigos, o carteiro e até o chefe de Annie têm uma cópia em seus portáteis.
Na cena, Cameron dispensou dublê e os dois apelaram à fita dupla-face – um recurso para “cobrir as partes”, como ela define. Em teoria, o diretor Jake Kasdan tinha a seu favor o bom entrosamento dos protagonistas, que vinham de um trabalho prévio com ele, Professora Sem Classe, de 2011.
Segel, de 34 anos, que assina o roteiro, foi quem teve a ideia de retomar a parceria com Cameron. “Eu sabia que não ficaria tão bom se não fosse com ela, porque, além de linda, ela é realmente engraçada”, conta o ator.
Em Sex Tape, a busca desenfreada pelos tablets que contêm o vídeo proibido eleva o tom da comédia ao escracho e ao nonsense, com uma participação peculiar de Rob Lowe como o chefe de Annie. Lowe, ironicamente, passou por uma situação similar há alguns anos, quando um vídeo íntimo do ator vazou na internet. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.