Camerata Antiqua relembra os irmãos Villas-Boas

A Camerata Antiqua de Curitiba, sob regência do maestro Marcelo Jardim, apresenta hoje e amanhã a obra inédita Os sertanistas brasileiros – A saga dos irmãos Villas-Boas, de autoria de Hudson Nogueira, considerado um dos mais talentosos compositores do País.

O concerto deste sábado também fará parte da vigília O mundo quer um acordo para valer em Copenhangue. Na cidade dinamarquesa está acontecendo um encontro sobre o clima com a presença de líderes mundiais.

Antes do concerto, as luzes serão apagadas e somente velas permanecerão acesas durante a leitura de uma carta em defesa do meio ambiente. A nova composição é baseada no livro Almanaque do sertão, de Orlando Villas-Boas.

“Hudson Nogueira já tinha o interesse de homenagear os irmãos Villas-Boas, que exerceram um papel importante no desenvolvimento econômico e na ampliação das fronteiras culturais na região do Xingu, uma área que não tinha estrutura e que só era habitada pelos índios”, comenta o maestro Marcelo Jardim, que pela primeira vez vai reger a Camerata Antiqua de Curitiba.

Cláudio e Orlando Villas-Boas foram importantes sertanistas brasileiros e grandes defensores da criação de reservas e parques indígenas na região do Xingu. Eles fizeram parte da expedição Roncador-Xingu, que visava abrir estradas e criar algum tipo de estrutura, na década de 1940.

Os irmãos tiveram contato com os índios e perceberam a necessidade de entender esta cultura diferente para celebrar um entendimento entre os povos. “É com a expedição que começa a peça, com a vivência deles, até evitando um conflito maior com os índios. Eles viram que era preciso saber quais os elementos culturais dos índios. Os irmãos mostraram que não bastava entrar na região, mas também era necessária a criação de parques. Levaram a bandeira de que os índios também eram seres humanos que merecem respeito”, lembra Jardim.

A obra está dividida em quatro movimentos: Almanaque do sertão; Histórias de visitantes, sertanejos e índios; Xingu, os índios e seus mitos; e O último Kuarup. Este é o ritual fúnebre realizados pelos índios da região.

“O Kuarup do Orlando Villas-Boas foi o maior realizado no Brasil e o último para um homem branco”, afirma o maestro. “Esta é uma obra simples, primitiva, mas com uma força muito grande”, opina Jardim.

Sobre a vigília de sábado, ele afirma que a peça destes concertos da Camerata está alinhada com as discussões que acontecem hoje em todo o mundo sobre a preservação do meio ambiente.

“Será um ato simbólico, mas que vai representar muito. Vai representar a adesão das pessoas que estiverem naquele momento”, declara o maestro. Estes serão os últimos concertos do ano da Camerata Antiqua de Curitiba.

Serviço

Concerto Os sernatistas brasileiros – A saga dos irmãos Villas-Boas, com a Camerata Antiqua de Curitiba, sob regência do maestro Marcelo Jardim. Hoje, às 20h, e amanhã, às 18h30, na Capela Santa Maria – Espaço Cultural (Rua Conselheiro Laurindo, 273, centro). Ingressos a R$ 10,00 ou R$ 5,00 mais um quilo de alimento não perecível.

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