O Solar do Rosário abre no próximo dia 19 (domingo) a exposição do artista plástico Fernando Calderari. Durante os meses de dezembro e janeiro será possível conhecer a série de quadros com dimensões inéditas em que o artista adota um caminho de concepção e representação diferenciadas para os retratos de Paranaguá, Hamburgo e para as marinhas tradicionais e as talhas em madeira feitas pelo artista na década de 70 e incorporadas ao acervo do Espaço Cultural ao longo dos anos.
A principal diferença entre os trabalhos que podem ser vistos nesta mostra e as obras realizadas na década de 90, segundo Calderari, é a sintetização das imagens. A releitura das exposições anteriores, com 15 telas, resultou em retratos menos rebuscados. "É um tratamento diferenciado, uma nova concepção, na qual é possível confrontar a imagem dos portos nessas duas décadas", afirma.
Calderari
Nos anos 60s, da Embap paranaense Fernando Calderari partiu para o MAM do Rio de Janeiro, onde conviveu com Edith Bering, Fayga Ostrower, Anna Letícia, Roberto De Lamonica, Farnese de Andrade, Ivan Serpa e tantos outros expoentes das artes. Professor de desenho, gravura e pintura, Calderari já formou inúmeros artistas, e sua arte é grande, é famosa, tendo o mar como eterno e inesgotável tema. Os portos são uma proposta e opção temática que já expôs no Solar do Rosário, inspirado em Hamburgo e em Paranaguá.
Calderari foi discípulo de Guido Viaro e ousou o abstracionismo numa sociedade tradicionalmente conservadora e muito distante das propostas de vanguarda em franco desenvolvimento em vários países europeus e nos Estados Unidos.
Os anos sessentas foram decisivos para a abertura da arte paranaense à modernidade. As experiências abstratas invadiram os salões de arte e provocaram uma verdadeira revolução nos conceitos e valores acadêmicos que impediam, até então, qualquer inovação técnica ou formal. Foram igualmente importantes pela revelação de um número considerável de artistas que se tornariam os responsáveis pelos novos caminhos, não só para a arte como também para a formação de outros artistas.
Participando ativamente de todo esse processo, Fernando Calderari, que durante o período participou de 23 salões de arte, inclusive a VII Bienal de São Paulo. Recebeu vários prêmios, estabeleceu aí a estrutura formal da sua obra que, exceto em algumas pesquisas isoladas, estará presente em toda a sua produção pictórica. A permanência de uma estrutura formal e compositiva, que caracteriza a sua produção recente, pode ser encontrada em forma de um esquema já elaborado nas gravuras, talhas e alguns óleos produzidos na década de 60.
Serviço
Exposição Fernando Calderari. Data: 19/12 (domingo) até 31/1/04.
Horário: 11h.
Local: Espaço Cultural Solar do Rosário.
Rua Duque de Caxias, 4
Informações: (41) 225-6232.
Entrada gratuita.