Em Violão caipira, Gilvan de Oliveira recria a visão sertaneja de Tom Jobim, Renato Teixeira, Milton Nascimento, Villa-Lobos, Edu Lobo, Caetano Veloso, Ary Barroso e outros, além de clássicos do repertório dos cantores e duplas do passado. Depois de dois CDs pela Kuarup como arranjador e diretor musical, ganhando inclusive um Grammy Latino pelo Semente caipira, de Pena Branca, Gilvan decidiu investir no primeiro disco dedicado a solos de violão neste estilo. “Num universo onde a viola é a rainha, o violão ficava sempre na reserva”, lembra o co-produtor Mário de Aratanha. “Pois agora ele ganha o destaque que merece, pelos dedos de quem mais sabe”.
Violonista, cantor, compositor, professor de música e arranjador, Gilvan afirma: “As peças que toco neste álbum (produzido em parceria com Mário de Aratanha e com Serginho Silva na percussão), reafirmam a beleza, a poesia, a diversidade, a grandeza, o poder desta cultura tão rica quanto mestiça, lembrando-nos o quanto a música caipira é música popular brasileira”.
“Assim – observa – vemos um Tom Jobim (Correnteza) em forma de folia, Villa-Lobos dialogando com Edu Lobo e Capinam (O mestre e o violeiro), um clássico da música caipira. Tristeza do Jeca, do mestre Angelino de Oliveira, como canção ou modinha, e a lendária guarânia Índia (Guerreiro-Flores) em tratamento erudito.”
Para chegar ao Violão caipira, Gilvan revisitou a memória de sua infância lá em Itaú de Minas, Sul de Minas Gerais, onde nasceu, cresceu e tomou gosto pela música. Foi através de sua mãe, Conceição, de seu avô Sô Guilé (Guilhermino de Brito), tocador de sanfoninha de 8 baixos, das festas de Congado, Folias de Reis e Catiras, que Gilvan tomou intimidade com a música caipira.
O fruto desta vivência e convivência é um trabalho pautado pelo conhecimento, pela técnica e pela emoção “realçando a sofisticação do simples, e a simplicidade do sofisticado, o intuitivo e o erudito, todos do mesmo umbigo, da mesma raiz”, descreve Gilvan.