Estréia nos cinemas brasileiros Café dos Maestros, primeiro longa do diretor argentino Miguel Kohan. Entre ensaios e performances ao vivo, o filme monta um mosaico da cultura do tango. Grandes artistas como Leopoldo Federico, Lágrima Rios, Aníbal Rios, José Libertella e Luis Stazo ensaiam para uma apresentação ao vivo de gala no Teatro Colón, na capital argentina. Eles possuem diferentes estilos, diferentes origens. Conversam, contam histórias e Miguel Kohan vai montando o que é muito mais do que um documento sobre esse ritmo que é tão importante para os argentinos quanto o samba para os brasileiros.
“A novidade que o filme traz é a reunião desses artistas que nunca haviam tocado juntos antes”, explica Kohan, psicanalista formado em cinema na UCLA, a famosa escola de cinema de Los Angeles. “Todos eles estavam atuantes e o próprio tango estava vivo. O que não havia eram gravações recentes. Não favorecemos nenhum estilo de tango, pois não há um só tango. Existem vários, desde o mais campestre até o mais orquestrado. Cada estilo é como se fosse um país. Na Argentina, a multiplicidade do tango é defendida com a mesma paixão com que se torce para os times de futebol”, diz o diretor.
Ele não se incomoda, mas discorda quando comparam seu filme a Buena Vista Social Club, de Wim Wenders. “Não é verdade, as culturas e as histórias dos dois países, Cuba e Argentina, são muito diversas.”
Em suas andanças pelo mundo, Kohan se estabeleceu por um tempo no Brasil, mais exatamente em Salvador, onde fez documentários para a TV Cultura. Um de seus trabalhos, Salinas Grandes, de 2004, fez o ‘recorrido’ dos maiores festivais internacionais.
Cafe dos Maestros. Tit. original: Café de los Maestros. Direção: Miguel Kohan Argentina/Brasil/Reino Unido/EUA.
