![]() |
Caetano e Paula Lavigne, |
Meu Tio Matou um Cara, terceiro longa de Jorge Furtado, estréia no dia 31, mas sua trilha sonora foi lançada anteontem, com a badalação de sempre, numa livraria carioca. Não só por ser assinada por Caetano Veloso e André Moraes (de Avassaladoras e Lisbela e o Prisioneiro), mas por ser fundamental no filme. "A música conduz a ação e foi criada com as cenas ou mesmo antes de serem rodadas", explicou Furtado na entrevista coletiva que antecedeu o show de lançamento. "A personagem da Débora Secco, por exemplo, ia se chamar Fátima, mas quando o Zeu Brito trouxe Soraia Queimada mudei e refiz as cenas para corrigir seu nome."
Caetano, que foi com a mulher, Paula Lavigne, produtora do filme, com Guel Arraes, e os filhos Tom e Zeca, afirmou que Jorge Furtado facilitou o trabalho. "Ele sabe o que quer. Trouxe algumas canções e a gente foi conversando. Algumas foram substituídas, mas a idéia central ficou", contou Caetano, que compôs duas canções e um tema instrumental, além de cantar a derramada Pra te Lembrar, do gaúcho Nei Lisboa, e (Nothing but) Flowers, do Talkin’ Heads. Ele gravou ainda Nunca, de Lupicínio Rodrigues, que ficou fora. "Canto derramado porque me entrego à música. Sempre que me derem boas canções eu atendo."
Caetano e André assinam a trilha, mas todo mundo deu sugestões. Furtado contou que É Tudo no Meu Nome, de Rappin Hood, rompeu seu preconceito contra o rap. "Eu tinha a maior implicância", confessou. Zeu Brito, um baiano que canta o rock Soraia Queimada, foi trazido por Paula Lavigne do filme Lisbela e o Prisioneiro. Por onde Andei, música de dor-de-cotovelo de Nando Reis era, segundo Guel Arraes, um carinho de pai para filha. "A canção acontece quando Duca (Darlan Cunha) sofre porque gosta de Isa (Sophia Reis, filha de Nando) que prefere o melhor amigo dele, Kid (Renan Giolelli)", adiantou Guel. "E eu imaginei o pai que escreve uma canção para consolar a filha em sua primeira desilusão de amor."
Meu Tio Matou um Cara não é uma história inocente. Fala das primeiras inseguranças e decisões da fase, mas é também um policial. Trata de um assassinato, assumido pelo tal tio, vivido por Lázaro Ramos, ator-curinga de Furtado. "Enquanto ele me quiser, estou a postos", prometeu Ramos. O filme terá lançamento com 150 cópias e pré-estréias com shows nas principais capitais do País. O orçamento esbarra nos R$ 10 milhões, metade para a comercialização. "Gastamos tanto porque temos de enfrentar o cinema americano, que já chega aqui com a publicidade feita", arrematou o diretor-executivo da Globofilmes, Cadu Rodrigues.
