Recém empossado na cadeira 30 da Academia Paranaense de Letras (APL), o jornalista Adherbal Fortes de Sá Júnior, que hoje é diretor da TV Band em Curitiba, vai trabalhar para que a entidade assuma um papel mais efetivo no desenvolvimento da língua portuguesa.
De acordo com ele, o aprendizado dos alunos da escola pública atingiu um nível alarmante. ?Os resultados do último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) mostraram uma diferença enorme entre os alunos de escola particular com os da pública?, disse. Para o jornalista, esse fenômeno estaria dividindo o país entre a ?aristocracia da literatura?? e os ?analfabetos funcionais??. Ele acrescenta ainda que as dificuldades na disciplina de Português levam ao mau desempenho nas demais. ?A leitura e a interpretação das questões fazem parte das provas de Matemática, Química, Física, Biologia, etc? .
Uma das soluções, segundo Adherbal, seria a realização de mais ações de estímulo à leitura. ?Em conversa com alguns professores, fui informado que a melhor época para estimular o hábito da leitura é na sétima série do ensino fundamental. Isso acontece porque a habilidade para ler já está consolidada nessa idade e com o estímulo podemos cristalizar a opção pelos livros?, explicou.
Outra idéia, a exemplo do que já é realizado nos Estados Unidos, seria a realização de maratonas de leitura. ?Seriam várias pessoas se revezando durante várias horas na leitura de uma grande obra?, disse.
Algumas das idéias do jornalista já são colocadas em prática pela emissora em que trabalha através do programa Band Pé no Rio. ?Estamos ajudando alguns estudantes do ensino médio do Colégio Estadual Cecília Meirelles, que venceram o Pé no Rio em 2006, a entrarem na universidade. Nossa ajuda inclui cursinho pré-vestibular e ajuda depois que eles ingressarem no ensino superior?, afirmou.
Segundo ele, o que falta agora é o apoio da APL e de outros setores da sociedade civil para implantar as idéias em escolas públicas de todo o Estado. ?Uma das medidas seria a valorização dos professores que se esforçam. Não podemos admitir que um profissional desses ganhe o mesmo que outros que apenas ?matam o tempo? em sala de aula?, concluiu.
