Bukowski é homenageado em filme independente

Os fracassados, a bebida e os bêbados são os principais temas das obras de Charles Bukowski, grande nome da literatura “maldita”. O velho safado foi um homem que viveu fora do seu tempo, do tempo e da realidade da sociedade americana. O escritor fez da sua vida uma solidão com uísque, poesias, contos e filmes. Conquistou o público com sua linguagem seca, grosseira e incrivelmente verdadeira.

A Companhia Cênica está realizando desde ontem, e até amanhã, o seu primeiro filme, Bukowski: Dez Anos Sem Um Gole, em homenagem aos dez anos da morte do autor. A produção do filme é independente, tem roteiro e direção de Jota Eme e será produzido com equipamentos digitais. O filme marcará a estréia de Jota Eme como roteirista e diretor de cinema. Esta também será a primeira vez que o cineasta Chico Terra fará a direção de fotografia em Curitiba.

A produção é um média-metragem, duração de 30 minutos, e conta com o apoio de Paulo Friebe, Nivaldo Lopes (Palito), Geraldo Pioli, Marcelo Chyrchy e Chico Terra. O lançamento está previsto para o dia 9 de novembro, na Cinemateca. Depois de Curitiba, o filme será lançado em Londrina, São Paulo e Rio de Janeiro.

No elenco, atores profissionais e marinheiros de primeira viagem se encontram para dar vida a personagens célebres do velho Buk, como “a mulher mais linda da cidade” que será interpretada pela micro-empresária Ana Mali e a mulher Bar Fly vivida pela atriz Claudete Pereira Jorge. Bukowski: Dez Anos Sem Um Gole é um filme de ficção – documentário e apresentará depoimentos de escritores e cineastas que apreciam a obra de Buk, como o jornalista e cineasta Arnaldo Jabor.

Alguns estudiosos classificam o velho Buk como um escritor beatnik, movimento de contracultura surgido na década de 50 nos Estados Unidos, mas a literatura de Bukowski não tem classificação. “Eu ensinei a eles que você pode escrever um poema da mesma maneira que escreve uma carta, que um poema pode ser até divertido, que não precisa ser necessariamente sagrado” comentou.

Charles morreu em 9 de março de 1994, vítima de uma infecção causada por uma pneumonia, na Califórnia. Vinte anos antes de falecer ele declarou: “Minha contribuição foi liberar e simplificar a poesia, torná-la mais humana”.

Hoje, as gravações acontecem na Rua Saldanha Marinho, 812, no centro de Curitiba, a partir das 13h30. O último dia de gravação será amanhã, e o endereço é o mesmo.

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