Bruno Dumont ganha retrospectiva no CineSesc

Trata-se de um dos mais exigentes diretores franceses contemporâneos, e muitos críticos comparam Bruno Dumont a Robert Bresson, com quem compartilha a busca da transcendência, a ascese de seus personagens. O próprio Dumont considera a semelhança superficial. Pode parecer arrogante – ele não se interessa por outros autores, exceto Stanley Kubrick e Abbas Kiarostami, nem pela técnica. Faz filmes como quem escreve romances e, aliás, seus roteiros são romances detalhados.

É tempo de prestigiar Bruno Dumont, que ganha retrospectiva completa no CineSesc. O evento será inaugurado nesta quinta-feira, 1º, com Camille Claudel 1915, o último longa do diretor, lançado em Berlim, em fevereiro, e depois exibido no Festival Varilux, em maio. Todo Bruno Dumont – e de A Vida de Jesus, de 1997, à irmã de Paul Claudel agora, os sete filmes que ele realizou o situam num território próprio, entre o drama realista (e é o que o diferencia de Bresson) e a vanguarda.

O que é a vanguarda em 2013? Por princípio, o artista de vanguarda tem de estar na linha de frente, ser combativo e avançado. Dumont tem discutido questões religiosas (A Vida de Jesus e Hadjewich), questionado a organização social e a guerra (A Humanidade e Flandres). Radicalizando, chegou à ‘loucura’ de Camille Claudel.

É um cineasta do corpo, e nisso se aproxima de autores como Claire Denis e Gaspar Noë. Trabalha suas cenas em bloco, sem psicologismo. E prefere os atores não profissionais. Pode parecer estranho, considerando-se que sua Camille é uma estrela do porte de Juliette Binoche.

MOSTRA BRUNO DUMONT – Cinesesc. Rua Augusta 2.015, 3087-0500. R$ 2/ R$ 8. De 1º a 8/8. Abertura nesta quinta-feira, 1º, às 20h30, com exibição de Camille Claudel 1915 (grátis).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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