Em meio a vários novos atores que surgem na TV, alguns conseguem se sobressair de tal forma que acabam roubando a cena. Entre os rostos que conseguiram esse mérito está a bela e talentosa Letícia Colin. Nascida em Santo André, no ABC paulista, a atriz de 28 anos está se destacando na novela das 21h, da Globo, Segundo Sol, que tem a assinatura de João Emanuel Carneiro. Merecidamente, a menina tem tudo para fazer parte do primeiro time de atores da emissora, o que não é para qualquer um, com certeza. Apesar de ainda ser uma jovem atriz, Letícia iniciou sua promissora carreira logo aos oito anos. Fez diversos trabalhos, passou por outros canais e voltou para a Globo, para encarar uma fase muito boa, agradando ao público e à crítica.

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Difícil quem não tenha se encantado com sua imperatriz Leopoldina, na novela Novo Mundo. Personagem que cresceu e ganhou mais espaço exatamente pela performance de Letícia. E agora, no horário nobre, ela dá vida e brilha com sua Rosa, uma mulher que encarou se transformar em garota de programa, tendo de enfrentar um pai extremamente machista e preconceituoso e uma mãe submissa. “Acho que é profundo falar da relação de pai e filha, ela é desacreditada em casa e isso toca muita gente, pois acontece mesmo. Além disso, a trama fala de vingança, de dinheiro, ganância, sucesso, tudo muito humano, contemporâneo.”

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Quase emendando uma novela na outra, Letícia Colin diz que tudo isso é “uma experiência muito intensa, pois você vive aquele personagem por um bom tempo e é uma jornada longa, de muitos meses, mas tudo é um ciclo, você faz um personagem, daí a história acaba, você agradece, se renova, e começa a pensar no próximo”.

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Ela saiu de uma Leopoldina meiga, determinada, forte, com sotaque austríaco, roupas de época, ficou encantadora na pele da imperatriz do Brasil, ganhou o coração do público e o direito a agora ter esse papel de destaque em Segundo Sol. Com maestria, a jovem atriz mostra como fazer essa transição de uma personagem para outra. “Eu fui para a Bahia pesquisar o sotaque, quis fazer isso direto lá e, para isso, fiquei na casa de uma amiga, vivendo a rotina da família, para experimentar a cultura, observar as relações”, diz Letícia, que conta ainda que “ficava ouvindo muitos áudios, entrevistas com figuras baianas, para entrar de cabeça nessa personagem e conseguir o sotaque saísse assim, naturalmente”, explica Letícia.

E Rosa chegou para o público com o primor de uma atriz que mergulha em uma personagem complexa como essa. “Ela é um ser humano, tem seus sentimentos, com coragem de ir para o mundo e dizer que é isso o que ela faz, acho que é motivo de admiração a liberdade dela”, explica a atriz, que considera ser agora “o momento de mudar realmente julgamento das pessoas, seus preconceitos, são várias questões que eram veladas, marginalizadas, e que estão interligadas à questão da Rosa com a prostituição, com o feminismo, da autonomia da mulher, do não julgamento da sexualidade, do prazer da mulher, dela no mercado de trabalho”, conclui.

Para João Emanuel, a força da atriz permitiu o crescimento da personagem. “Quando o ator surpreende e supera as expectativas contribui muito para o sucesso do personagem.” E quanto ao fato de colocar essas meninas bonitas como garotas de programa o novelista enfatiza que a ideia não é, de forma alguma, glamourizar essa questão polêmica. “No caso da Rosa, ela passa por situações difíceis e vai passar por algumas maiores ainda. Não há glamour algum na história da personagem.” E explica ainda que “a intenção, ao trazer esse tema, não é panfletária, está a serviço da dramaturgia da novela e da personagem. Quis contar uma história que me interessa e acreditei que interessaria o público também.”