Há um mantra nas redes sociais – como pudemos viver tanto tempo sem Bridget Jones? Sem o charme de Renee Zellweger? Foram pelo menos cinco anos em que a atriz esteve afastada das telas. A volta veio precedida de polêmica quanto ao novo visual de Renee. Muita gente a julgou irreconhecível. Na internet, ela disse que a nova cara expressa o que está sentindo. “Quem não fica diferente, quando envelhece?”, perguntou no Facebook. Passaram-se 12 anos desde Bridget Jones – No Limite da Razão e agora O Bebê de Bridget Jones. Mais tempo ainda desde O Diário de Bridget Jones.

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Ela mudou, mas nem tanto. Bridget sempre foi enrolada, no sentido de indecisa. Aos 30, não sabia direito o que queria. Aos 40 (e poucos), mudou em muita coisa, mas não no básico. Hugh Grant tem uma pequena participação, e o triângulo é formado por Bridget/Renee, Colin Firth e Patrick Dempsey. Ela engravida, mas não consegue saber quem é o pai. Só sabe que quer o bebê. Vale lembrar que, em 2001, com a Bridget de Renee, nasceu também – nas telas – a ‘legalmente loira’ de Reese Witherspoon.

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O que queriam essas mulheres? Elle Woods, a ‘loira’, só queria mostrar que não era burra. Advogada, desdobrava-se para se afirmar, mas não dispensava símbolos da feminilidade fútil – figurino cor de rosa, cachorrinho, etc. Bridget, criação da escritora Helen Fielding, nasceu de um flerte da autora com Jane Austen. Não é por acaso, realmente, que o personagem de Firth se chama Darcy, numa clara referência ao ‘cavalheiro’ de Orgulho e Preconceito.

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É curioso assinalar que Renee e Reese são vencedoras do Oscar. A primeira foi melhor coadjuvante de 2003, por Cold Mountain, de Anthony Minghella, e a segunda, melhor atriz de 2005 por Johnny e June, de James Mangold. Reese nunca mais voltou à loira, Renee demorou porque, segundo suas palavras, queria acrescentar algo novo à personagem. Helen Fielding foi chamada a reinventar-se, e há uma diferença (e tanto) em relação a Bridget Jones – Louca pelo Garoto. Mais até que a loira, Bridget, com seus dilemas (e gafes) se inscreve na chamada ‘chicklit’, literatura de mulherzinha. Nem é preciso dizer que as feministas a consideram um retrocesso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.