Artistas de vários países estão na capital federal para apresentar o seu trabalho e desmistificar o conceito de mímica que muitas pessoas ainda têm, na 2ª Mostra Internacional de Mímica.
“A gente até brinca que, quando falamos de mímica, as pessoas esperam uma carinha branca e roupa listrada, quando na realidade esse é um dentre vários outros formatos. Tem a mímica corporal dramática, tem aquelas mais próximas do palhaço, e outros usam muitas onomatopeias, enfim, é uma variável interessante”, explica Miquéias Paz, organizador do festival.
Mímicos brasileiros se juntam a europeus e a vizinhos sul-americanos neste evento. São vários países que trazem, cada um à sua maneira, uma forma de se fazer entender sem verbalizar. “Quem assistir ao festival não vai ver dois espetáculos similares. Cada espetáculo tem uma característica muito particular, eu diria que são incomparáveis, inclusive pelo tempero regional. O alemão tem seu jeito, o francês tem uma malemolência própria, o argentino tem um certo gosto de tango e nós, brasileiros, um gingado”, diz o organizador.
Segundo ele, a segunda edição da mostra já estava prevista, mas o sucesso da primeira, em 2012, confirmou a importância de dar sequência ao projeto e apresentar às pessoas diversas formas de expressão. “O público vai poder encontrar uma grande diversidade de propostas dentro de uma mesma linguagem. Essa é a grande palavra do festival, diversidade. E ele pode e deve esperar muito prazer, muita alegria, muita paixão, porque será um momento muito agradável para Brasília”.
Completando 30 anos de carreira e considerado o primeiro mímico de Brasília, Miquéias traz a definição da arte que dispensa palavras. “A mímica é o extrapolar da paixão através da musculatura do artista. A sensibilidade artística aflora nos músculos, nos ossos. Quando você vê um mímico, você vê alguém que fala com o corpo o que a alma lhe pede”.