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Natural é fazer carreira no seu país e depois explorar o mundo, certo? Não para a atriz brasileira Clara Choveaux, de 29 anos. Ela fez o caminho contrário, dando o primeiro passo na França em trabalhos do diretor Bertrand Bonello. Primeiro em O pornógrafo e depois em Tirésia, filme que causou furor no Festival de Cannes ano passado e chega agora ao Rio de Janeiro, depois de ser lançado em São Paulo em julho.

A brasileira quer alçar vôo no cinema de sua terrinha. Convidada para o novo filme de Alan Fresnot, Fera enjaulada, Clara vai largar Paris, onde viveu quase cinco anos, para iniciar a carreira aqui. No seu primeiro papel "verde-e-amarelo", ela vai interpretar uma garota do subúrbio carioca que sonha em viver no exterior.

Para Clara, começar a carreira na França foi um acaso, longe de ser sonho de garota. Estar em Cannes concorrendo ao prêmio de melhor atriz e representando o filme de Bertrand Bonello, então, foi como "pular de pára-quedas".

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– Ainda bem que abriu!!! -brinca uma simpática Clara por telefone, antes de embarcar para o Rio, onde lançou Tirésia sexta-feira, no Odeon BR. – Lembro que encontrei a galera de Carandiru no elevador e eu estava de Havaianas com meu vestido longo Versace. Desci o Hotel Carlton sambando… Foi muita alegria. Eu era uma felicidade só.

A beleza e a simpatia de Clara contrastam com o papel-título de Tirésia, uma transexual brasileira residente em Paris e raptada por um homem que encontra nessa relação uma possibilidade de culto ao belo. Na tela, a atriz -de 1,78m e corpo modelado – aparece de barba, manipulando um pênis postiço e sendo duramente torturada.

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