Brasil será homenageado no Festival de Bogotá

Considerado o maior das Américas e um dos maiores do mundo, o Festival Ibero-americano de Bogotá abre nesta sexta-feira, 4, sua edição 2014 com um convidado especial. O Brasil será o país homenageado do evento, que prossegue até o dia 20.

Para a ministra da Cultura, Marta Suplicy, trata-se de “uma oportunidade para a internacionalização da cultura brasileira”. Em Bogotá, a mostra deve receber mais de 3 mil artistas, vindos de 25 países. Na última edição, em 2012, o público chegou a 2,8 milhões de espectadores.

Com verba do Minc de R$ 550 mil e boa parte dos custos coberta pelo próprio festival, serão sete os espetáculos nacionais a serem vistos na capital colombiana. Para a grade foram escolhidos representantes do teatro do Rio, São Paulo e Belo Horizonte. Entre eles, nomes de prestígio, como Antunes Filho, que leva o seu Toda Nudez Será Castigada, e o Grupo Galpão, que segue com Till, a Saga de um Herói Torto. Também reservou-se espaço para jovens dramaturgos e encenadores, caso de Leonardo Moreira, que apresentará O Jardim, e Grace Passô, à frente de Amores Surdos.

Mesmo com uma imensa oferta de títulos – serão 41 companhias internacionais, 36 colombianas e 22 grupos de teatro de rua -, o interesse pelo país homenageado parece ser grande. A maior parte dos espetáculos brasileiros já está com ingressos esgotados.

Outra ação do País no festival será o lançamento de uma coleção com 14 obras de dramaturgos brasileiros traduzidas para o espanhol. Todos os textos merecerão leitura dramática com atores colombianos. “Vamos lançar também em francês, inglês e mandarim”, promete Marta.

Para o dia da abertura, está previsto um desfile com o bloco Os Negões, de Salvador, e a encenação do musical de João Falcão, Gonzagão – A Lenda.

Criado em 1988, o festival atravessou um dos períodos mais conturbados e violentos da história da Colômbia. Em sua edição inaugural, foi alvo de uma bomba e de uma série de ameaças. Mas conseguiu sobreviver e tornar-se referência internacional.

A presença do teatro brasileiro em Bogotá inspira-se em iniciativas semelhantes em relação à literatura: a Feira Literária de Frankfurt e a Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha. Os dois eventos tiveram o Brasil como convidado especial em suas últimas edições. “Foram grandes possibilidades para que o Brasil pudesse ser visto de maneira diferente”, observa a ministra.

Outro dado destacado por ela foi a possibilidade de crescimento econômico para esses setores da cultura durante esses eventos internacionais. “É uma oportunidade de produzir negócios”, acredita.

Oportunidades comerciais para a cultura brasileira também poderiam ser criadas para o Brasil durante a Copa do Mundo. Mas, às vésperas do evento, a programação cultural nas cidades-sede ainda não foi divulgada. Existe, inclusive, grande temor de que o evento paralise a agenda artística usual. Para o Minc, porém, a preparação para a ocasião foi adequada. Entre as ações, a ministra chamou atenção para o edital Vitrines Culturais, que levará artesãos a mostrar sua produção durante o período de jogos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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