Brasil marca presença em mostras paralelas em Berlim

Ursos de Ouro e Prata, prêmios de interpretação. O Festival de Berlim tem sido acolhedor para o cinema brasileiro. Em 2013, o Brasil estará fora da disputa pelo Urso, mas não faltarão programas para celebrar a diversidade da produção nacional. Dois longas – o documentário “Hélio Oiticica”, de César Oiticica Filho, já premiado no Rio e na Mostra de São Paulo, no Fórum, e “Flores Raras”, de Bruno Barreto, no Panorama. Mais três curtas estarão concorrendo ao prêmio da mostra Generations (Gerações). Um deles é uma inédita coprodução brasileiro-vietnamita – “O Caminhão de Meu Pai”, de Maurício Osaki.

Os outros dois curtas chamam-se “Desestimação”, de Ricardo de Podestá, e “O Pacote”, de Rafael Aidar. Essa mistura de emergentes com um veterano (Bruno) na representação brasileira da Berlinale de 2013 não é um fenômeno isolado. Em todos os segmentos do festival há essa mesma mistura de gerações. César Oiticica biografa seu tio com base em fitas cassete que o próprio Hélio gravou nos anos 1960 e 70. Num depoimento à reportagem, Cesar diz que, em sua cabeça, o filme sempre pertenceu a Berlim, de uma maneira que nem consegue explicar.

“Talvez tenha a ver com minha primeira estada na cidade, em 2006. Tudo o que imaginei ocorreu e outras coisas incríveis que não esperava, também. Fiquei muito impressionado com o fato de que a cidade respira arte e isso me inspirou a trabalhar para que o filme fosse lançado na Berlinale. Todo mundo dizia que eu era doido, mas, na minha mente, a ideia de que tudo ia dar certo persistia e eu tinha absoluta certeza de que, com o Hélio, conseguiríamos ir para a Berlinale. Estou muito feliz.”

“Flores Raras” baseia-se na peça da jornalista Marta Góes sobre a ligação entre a paisagista brasileira Lotta de Macedo Soares, criadora do Parque do Flamengo, e a norte-americana Elizabeth Bishop, considerada uma das maiores poetas de língua inglesa. As personagens são interpretadas por Glória Pires e Miranda Otto, e o diretor, depois de criar um monumento à sensualidade da mulher brasileira – “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, com Sônia Braga -, incursiona com delicadeza pela homossexualidade feminina. Uma primeira vitória Bruno já conseguiu, e é justamente estar de volta à Berlinale, 16 anos depois de participar da competição com seu filme “O Que É Isso, Companheiro?” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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