‘Born To Run’, de Bruce Springsteen, completa 40 anos

Não são todos os capazes de enfrentar o “tudo ou nada”. O “vai ou racha”. O “acerte agora ou pegue suas coisas e vá para casa”. Aquele Bruce Springsteen de 25 anos, contudo, nunca cantou tão bem, escreveu tão bem e mostrou tanto a que veio. Enfim, o músico de Nova Jersey mostrou que nascia para isso. E, como resultado máximo disso, está Born To Run, lançado há exatos 40 anos, em um 25 de agosto de 1975.

Até então, tratava-se de um músico adorado pela crítica, mas que não havia conseguido a façanha de se encontrar com o público. Elogios vinham só de especialistas, enquanto a população não conhecia Springsteen. Culpa da gravadora, em partes, e dele também.

Greetings from Asbury Park, N.J. e The Wild, the Innocent & the E Street Shuffle foram discos que não mostraram todo o potencial popular de Springsteen. Depois de Born To Run, contudo, público e artista se encontraram. E vieram discos petardos como The River, Born in the U.S.A., The Rising, Magic, Working on a Dream, entre tantos outros.

Springsteen, depois de Born To Run, foi colocado no patamar dos deuses gigantescos da música norte-americana. Um visionário em colocar a classe trabalhadora nas rádios. Pessoas comuns e suas histórias comuns, mais norte-americanas impossível, tornaram-se como fonte de inspiração para suas canções.

Talvez por isso, Springsteen nunca tenha sido considerado um ídolo tão massivo no Brasil. Quando seus discos chegaram por aqui, no fim dos anos 1970 e na década seguinte, o rock nacional bebia de fontes mais sujas, como o punk, ou já a disco. Não havia espaço para esse rock muscular do garoto de Jersey.

Pelo menos até a primeira e arrebatadora passagem dele pelo Brasil, em 2013. Ninguém poderia prever tamanha comoção, simpatia e carisma. Ninguém poderia imaginar uma performance tão visceral. Até mesmo qualquer um que tivesse lido a matéria de capa da Rolling Stone norte-americana, que selecionava a turnê de Springsteen como a melhor do mundo, poderia acreditar naquilo que foi visto por terras brasileiras.

Talvez Springsteen tivesse um número de fãs razoável por aqui, mas qualquer que não o conhecesse tanto, mas tenha estado um presente em alguma daquelas apresentações, certamente comprou algum álbum dele para matar aquela vontade de voltar no tempo e reviver aquilo tudo de novo.

“We gotta get out while were young”, cantou Springsteen em Born To Run, faixa-título do disco. “Nós precisamos sair daqui enquanto ainda somos jovens”, bradou o músico, que curiosamente parece ser um daqueles velhos uísques, melhores quando mais velhos.

Poderíamos selecionar aqui curiosidades para justificar quais seriam os motivos para ouvir o álbum de início ao fim, mas o trabalho de Springsteen e sua E Street Band, excepcional desde guitarra de Steven Van Zandt aos saxofones de Clarence Clemons, explica tudo por si só. Vamos, então, ao que interessa.

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