Bon Jovi leva a galera ao delírio no Rock in Rio

Muitos não imaginaram que ele chegaria ali. Uma noite de 2013 como headliner de um festival para uma média de 80 mil pessoas por noite parecia demais para quem a considerava banda de “rock and roll farofa” nos anos 90, como diziam seus detratores. Mas lá estava Jon, comandando um oceano, aguardado por meninos, meninas e seus respectivos pais, muitos não menos fãs, desde às 14 h desta sexta-feira na Cidade do Rock. Sobrevivente de duas baixas complicadas (o baterista Tico Torres e o guitarrista Ritchie Sambora), Jon Bon Jovi fez o fechamento da noite em que o rock deixou de ter atitude para mandar flores.

Antítese perfeita da ferocidade do Metallica na noite anterior, Bon Jovi é doce até no peso. Troca a rebeldia adolescente pelo amor platônico e pelas desilusões amorosas. Veio desta vez com um disco já bem divulgado, “How About Now”, e um patrimônio digno dos hitmakers. Antes do show, Tico Torres, vítima de sérios problemas na vesícula, que o levaram pela segunda vez às pressas a um hospital, mandou uma mensagem doída aos fãs, na qual dizia estar “muito desapontado por não poder tocar”

A apresentação de Bon Jovi começou meia-noite e vinte, com “What the Water Made Me”, do disco novo, e tratou de viajar aos anos 90 logo na segunda, com “Bad Name”. Muitos hits entrariam, como “It’s My Life”, “Bad Medicine” e “Runaway”.

Gosto de Fúria

Nickelback, quarteto canadense famoso por baladas açucaradas como “Photograph”, chegou rasgando sob o palco Mundo na sexta à noite, antes de Bon Jovi. Liderado por Chad Kroeger, o grupo abriu o show com uma blitz de pop punk metaleiro que lembrou Metallica em suas digressões mais comerciais.

 

A fúria logo foi substituída pelo viés romântico para mostrar a um mar de moças extasiadas o lado terno de seu cancioneiro. Assim, as guitarras em overdrive foram substituídas por violões de aço e o Nickelback fez um luau na Cidade do Rock.

 

Kroeger comandou a multidão, declamando em tom quase militarístico o seu amor pelo Rio e pelos fãs. Mas há algo de impessoal em sua figura. Ele dá às suas interpretações românticas um tom brusco, difícil de seduzir. E quando o Nickelback aperta o botãozinho ‘metal’, voltando ao modo pesado com que iniciou o show, mal se reconhece a banda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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