É a terceira vez que a banda norte-americana marca presença no Rock in Rio – no Brasil, é a sexta. Antes de desembarcar na capital fluminense, Jon Bon Jovi aproveitou a passagem pelo Brasil e tocou em Recife, São Paulo e Curitiba.
This House is Not for Sale abre chamando o público para cantar com o vocal de apoio. Em You Give Love a Bad Name, Bon Jovi já tem o Rock in Rio cantando com a banda.
Em Blood on Blood, a banda preenche a mente de quem cantarola os versos no gramado. Com liberdade com o público, Bon Jovi entrega um romantismo que agrada o brasileiro médio que frequenta o festival.
E veja que ele canta versos como “nós ainda estaríamos de pé quando tudo for dito e feito” pulando com uma bandeira do País amarrada na cabeça.
Quando o vocalista precisa poupar a voz, o tecladista David Bryan assume o vocal em In These Arms. Isso também acontece no final das músicas, quando o vocalista clama pela vibração da plateia. Mas ele nem precisava.
Apesar da animação, o ritmo do show é lento. Em Bed of Roses, o vocalista demonstra a voz cansada, mas o que importa para um casal é tentar acertar os passos para dançar juntinho no gramado.
Como se ficasse com inveja, Jon Bon Jovi convida uma fã para subir no palco e dança abraçado com a garota enquanto ela acaricia seus cabelos. It’s My Life desperta o público e o coro engole a voz do vocalista.
Em Bad Medicine, o vocalista percebe que a segunda-feira adentro começou a afetar a animação da plateia. “Vocês estão aqui comigo?”, grita Jon Bon Jovi. Mesmo assim, a banda termina e recomeça o refrão da música em explosões cada vez maiores.
O suspense de alguns minutos, cena que despistou a transmissão da TV e o público satisfeito veio com o coro de Always. A recompensa pela resistência do público é poder gritar os sonoros ‘OO’ de Living on a Prayer.
Sorrindo satisfeito com o seu coral no palco e fora dele, Bon Jovi celebra o rock como um caminho de fé.
Terceiro dia
A cantora catarinense Jade Baraldo abriu a programação do palco Supernova do Rock in Rio neste domingo, 29, com sua mistura de indie pop e dançarinos no palco. O espaço é uma das novidades do festival esse ano, e abre as portas para artistas jovens que num futuro não tão distante devem ocupar os palcos maiores do Rock in Rio.
No palco Sunset, Elza Soares estreou o seu novo show, Planeta Fome. A nova formatação do show vê Elza sentada em uma plataforma elevada atrás da banda que a acompanha no lançamento do disco, o terceiro da fase contemporânea da cantora, um conjunto compacto de dois produtores, uma guitarra, percussão e backing vocals. Elza fez um show bastante politizado, com direito a gritos de “Brasil de cabeça erguida!”, “180 neles! Machistas não passarão” e “Vamos aprender a votar, porque nós não sabemos”.
Ivete Sangalo abriu o Palco Mundo com direito a palinha na bateria. O tempo nublado não foi um problema: do Mundo ao Sunset, e até mesmo ao redor, o público se voltou para acompanhar a cantora, que abriu espaço para o funk com um sucesso brasileiro atrás do outro. Com Sai da Minha Frente, de Anitta, Ivete pula para Cerol na mão do Bonde do Tigrão e Vai Lacraia, de Mc Serginho. “Quero dizer uma coisa. Hoje é dia de rock”, e depois de um silêncio, “mas é dia de axé também!”
Um dos melhores shows do final de semana foi o da cantora Iza, que subiu ao palco Sunset para consolidar uma história que ela própria começou em 2017, quando pisou no mesmo palco para salvar um show àquela altura morno de Cee Lo Green. Dessa vez com seu nome na frente do cartaz, a cantora pop apresentou um show com produção refinada e sucessos na boca do povo. O grande momento foi a participação de Alcione, com quem cantou Não Deixe o Samba Morrer (para um coro unânime), Meu Ébano e uma versão soul arrasadora de Você Me Vira a Cabeça.
Pela primeira vez no Brasil, depois de uma turnê em algumas cidades com o Bon Jovi, os americanos do Goo Goo Dolls fizeram um show de rock decente, sem depender do hit Iris, última canção do setlist.
A britânica Jessie J pediu ao público um show ‘olho no olho’. Com letras que falam sobre diversidade, inclusão e empoderamento, a sua segunda passagem pelo Rock in Rio também foi marcada por mensagens que remetiam ao amor próprio, clamado pela cantora em Queen e acompanhada pelo coro da plateia. “Eu amo meu corpo, eu amo minha pele, eu sou uma deusa, eu sou uma rainha”, dizem os versos. Ao som de Who You Are, single do primeiro disco da cantora, Jessie falou ainda sobre saúde mental e cantou pedindo para os fãs repetirem: “Tudo bem não estar bem”.
Penúltima apresentação da noite, a Dave Matthews Band fez um show protocolar no Palco Mundo, com sucessos como So Much To Say e Crash Into Me, do álbum Crash, de 1996, na lista de álbuns definitivos do Rock and Roll Hall of Fame.