A intenção de Bob Dylan parece ser a de não deixar nenhuma resposta soprando com o vento. Ao escrever Chronicles – Volume One, o menestrel da voz nasalada pretendeu relatar 40 anos de carreira e, ao mesmo tempo, dar sua versão dos fatos que o levaram a ser entronizado no posto de bardo preferido de uma geração – ou de diversas, para ser mais preciso. Não é pouco para um sujeito que construiu também uma reputação de recluso convicto, de poucas palavras e menos amigos ainda.

Dylan começa sua narrativa nos primeiros anos de carreira, em 1961, época remota em que buscava um lugar ao sol no Greenwich Village de Nova York, antes de assinar seu primeiro contrato com a Columbia Records. Na época, tudo em que ele mais pensava era achar um lugar para tocar e conseguir pagar as contas. Tempo de influências díspares, como as leituras de T.S. Eliot e os Beats, Maquiavel e Jean Genet, Coleridge, Lord Byron, Balzac e Faulkner.

Nascido Robert Allen Zimmerman, em Minnesota, o velho Bob demonstra um pouquinho de bairrismo e lembra dos gênios que nasceram em sua terra. Charles Lindbergh, o primeiro aviador a cruzar o Atlântico num vôo sem paradas, nos anos 20. O escritor Scott Fitzgerald, que por sua vez descendia de Francis Scott Key, que escreveu a letra do hino americano. O Prêmio Nobel de Literatura, Sinclair Lewis. Quer saber o que Bob Dylan pensava de Janis Joplin? Quer saber como terminou a turnê de Dylan com Tom Petty? Tudo isso está em Chronicles. Que é o Volume Um – portanto, Dylan prevê que ainda tem muito mais coisas para contar.

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