Rio – Quarenta e um filmes de longa-metragem, 26 de ficção e 15 documentários receberão R$ 15 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em 2004. Os projetos foram selecionados entre 325 propostas e o dinheiro do banco cobre até 30% do orçamento total, por meio da Lei do Audiovisual. Esta quantia dobra o investimento da instituição com relação a este ano, e ultrapassa o recorde de 2001, quando destinou R$ 14 milhões ao cinema. Dos 41 filmes, 8 são de produtoras fora do eixo Rio/São Paulo e 6 são de estreantes na telinha, embora tenha nomes consagrados, como o ator Paulo Betti e a diretora Kátia Lund.
O anúncio foi feito ontem pelo presidente do BNDES, Carlos Lessa, que elogiou a qualidade dos projetos. “Isso nos levou a aumentar a verba em 50%”. No primeiro semestre, ele havia prometido R$ 10 milhões para o setor.
Desde a criação da Lei do Audiovisual, o banco investiu R$ 55,7 milhões em cinema. Os filmes selecionados agora estão em fases diferentes, alguns prontos para o lançamento (como Sérgio Buarque de Holanda, de Nelson Pereira dos Santos), outros que começarão a ser rodados, como O Casamento de Romeu e Julieta, de Bruno Barreto, e alguns em fase inicial de captação, como Mulheres, de Malu de Martinho. “É um ótimo início, pois chama a atenção de outros investidores”, comemorou ela. O BNDES não marca prazo para a finalização dos filmes, mas seu contrato exige que a produção forme mão-de-obra, tal como ocorre nos financiamentos de restauração do patrimônio histórico, pagos com recursos da Lei Rouanet.
Os filmes de ficção estreantes são A Senhora das Imagens, de Kátia Lund; Cafundó, de Paulo Betti e Clóvis Bueno; Fuga, de Camilo Cavalcanti; Minerva É Nome de Mulher, de Wolney Oliveira; Mulheres do Brasil, de Malu de Martino; e O Poeta da Vila, de Ricardo van Steen. Há dois filmes do Rio Grande do Sul, um do Distrito Federal, outro do Paraná (Cafundó), um terceiro de Minas Gerais e dois do Nordeste.
Os outros são todos de produtoras paulistas ou cariocas. Entre os documentários, História sem Fim… do Rio Paraguai, de Valéria del Cueto, vem do Mato Grosso do Sul e os outros se dividem entre Rio e São Paulo. São eles: A Degola Fatal, de Ricardo Favilla; Benguelê, de Helena Martinho da Rocha; Cientista Brasileiro: Celso Furtado, de José Mariani; Es tú, Brasil 2, de Murilo Salles; Expedição Ecológica-Fauna Brasileira, de Tânia Leite Haddad Melo; Mestre Bimba-Corpo de Mandinga, de Luiz Fernando Goulart; O Olho do Canhão, de Pedro Rosa; O Velho Guerreiro; Pelé Eterno, de Aníbal Massaini Neto; Regatão – O Shopping da Selva, de Mariza Leão; Sarau, de Mika Kaurismak; Sérgio Buarque de Hollanda- Raízes do Brasil, de Nelson Pereira dos Santos; Vinícius de Moraes, de Miguel Faria Jr.; e Vocação do Poder, de Eduardo Escorel e José Jofilly.
