O guitarrista André Christovam sempre foi reconhecido como um dos nomes mais importantes do blues nacional. Mas o quinto disco de sua carreira, Banzo, vai desconcertar os que vêem o blues como uma música repetitiva, aprisionada em doze compassos e acorrentada aos clichês dos mestres do passado. Banzo faz a comunhão do blues como o samba, a world music, a MPB.
O blues já soube fundir-se a gêneros tão diversos como jazz, rock, tecno, reggae, hip hop, música árabe e africana, por que recusar a influência da música brasileira, uma das mais ricas do mundo? “Era uma evolução lógica”, responde André, que já foi do blues típico de Chicago (em 2120 Sessions, de 91) ao blues-rock de Catharsis (de 97). E no primeiro disco, Mandinga, de 89, já antecipava os novos rumos ao cantar em português e buscar harmonias mais sofisticadas em algumas faixas.
Banzo (Sony/Eldorado) é um disco autoral, com as qualidades e defeitos de quem não se acomoda, pesquisando e experimentando incansavelmente. As composições, todas de autoria de André, trazem de volta a verve poética que fez de Genuíno Pedaço do Cristo (faixa de Mandinga) um dos maiores clássicos do blues nacional.
“O disco tem três elementos importantes. A guitarra baseia-se em meus ídolos, que incluem músicos britânicos e os mestres americanos. Mas busquei uma textura harmônica mais sofisticada, que é característica da música brasileira, e trouxe a polirritmia africana do tambor, que é muito importante na nossa cultura”, resume André Christovam.
Bartenders
André Christovam marcará agenda em greve para Curitiba, onde encontra grande acolhida, pois entre os fãs tem a banda Bartenders. Aliás, Bartenders é atração do Geração Pedreira amanhã, na Usina Vídeo Bar (Rua Imaculada Conceição, 1080), com o show Acústico e Ecléticos.