O ano era 1981 e cinco garotos que mal se conheciam estavam unidos na Praça Del Vecchio, no Rio de Janeiro, para dar início a uma das maiores bandas de rock do Brasil. As baquetas de Guto Goffi na bateria deram o sinal. Entraram os acordes do baixo de Dé, da guitarra de Frejat e dos teclados de Maurício Barros. Em seguida, veio a voz de Cazuza, com Billy the Kid, que viria a ser o primeiro grande sucesso do grupo Barão Vermelho, na versão Billy Negão.

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Foram mais de 25 anos de aventuras, sucessos e tristezas – em 1990, morria o poeta Cazuza, vítima da aids, cinco anos após ter deixado a banda. Hoje, o grupo está em ?férias? por tempo indeterminado – a segunda da última década – e não há previsão de retorno. Para matar a saudade do fãs, o baterista Guto Goffi, o produtor Ezequiel Neves e o jornalista Rodrigo Pinto se reuniram para escrever o livro Barão Vermelho – Por que a Gente é Assim (Editora Globo), que será lançado nesta segunda, às 19h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na Av. Paulista, em São Paulo. A biografia vem acompanhada de um CD com gravações inéditas do início da carreira do Barão e um encarte escrito por Frejat.

A idéia da obra partiu de Guto, em 2000, antes da primeira parada do grupo. ?Naquela época, eu tinha uma incerteza com relação ao retorno da banda. Achei que a gente merecia um roteiro biográfico legal. Consegui escrever dois capítulos, mas depois parei. Achei que a nossa parada podia acabar contaminando a história do livro para um lado ruim.

Três anos e meio depois, o Barão Vermelho voltou a trabalhar e, em 2005, lançou o disco MTV ao Vivo. Nessa época, a vontade de Guto em continuar escrevendo a biografia voltou e, por isso, decidiu chamar o produtor Ezequiel Neves para ajudá-lo. Juntos, acharam que a presença de um jornalista seria essencial para que o trabalho ficasse bom. ?Desde adolescente, Rodrigo Pinto ia aos shows do Barão. Ele tem intimidade para fazer parte do livro?, explica Guto.

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O texto inicial foi escrito em primeira pessoa pelo baterista, mas, com a entrada dos outros autores, acabou modificado para terceira. O lado emocional está muito presente, principalmente com relação à morte de Cazuza. ?Foi muito dolorido para nós todos. Acompanhamos toda a vontade dele de se manter vivo. Era um grande amigo. O livro conta a última visita que ele nos fez, já de cadeira de rodas.

Depois da perda, o grupo continuou sua trajetória e avançou pelas duas décadas seguintes emplacando grandes sucessos, como Pense e Dance, O Poeta Está Vivo, Por Você e Puro Êxtase. Tudo está registrado na obra, que termina com o último show do grupo, em 2007, antes da segunda parada.

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