“É ela! É ela!” A repórter é confundida com a escritora Thalita Rebouças e subitamente está formado o tumulto ao seu redor. A cena se deu na manhã de terça-feira na Bienal do Livro, no Rio, mas poderia ser qualquer outro dia em que a autora da série “Fala Sério!”, favorita das pré e adolescentes, estivesse no Riocentro – os estandes vizinhos ao de sua editora, a Rocco, garantem: a histeria é sempre a mesma. Na Bienal, o público infanto-juvenil é protagonista. Se as garotas que têm entre 8 e 15 anos adoram Thalita, Meg Cabot e seus pares, as crianças pequenas assistem a encenações, oficinas e leituras de histórias com a maior atenção.
Para os pequenos, a atração maior é a Floresta dos Livros, novidade com 800 metros quadrados de “área verde” e curadoria do escritor João Alegria. Sua intenção é mostrar o livro como “um objeto encantado, que não ficou obsoleto”. As árvores têm as copas formadas por letras, que formam palavras diferentes dependendo do ângulo de quem olha. Contos infantis pré-gravados são o som ambiente. Numa arena para 300 espectadores, há pequenas montagens de hora em hora. No centro da Floresta, na chamada Sala Secreta, crianças disputam a vez para ler um trecho de um livro. “Tenho vergonha, mas ler é maneiro!”, diz Estefane dos Santos, de 10 anos.
De máquinas fotográficas nas mãos, mais do que um autógrafo, as meninas querem um abraço de Thalita Rebouças, e, claro, um registro desse abraço. Também é assim quando celebridades fora do mundo das letras aparecem na Bienal. Na semana passada, em meio a atores como Tony Ramos, Marília Pêra e Giulia Gam, foram Xuxa e o ator Bruno Gagliasso, de maior apelo junto às crianças e aos adolescentes, os que mais agitaram os corredores.
Os artistas fazem questão de aproveitar a presença ali para chamar a atenção para a leitura – Bruno Gagliasso, que, por conta de seu personagem esquizofrênico na novela “Caminho das Índias”, leu trechos de “Dizem Que Sou Louco”, de George Harrar, citou Ferreira Gullar, Francisco Daudt da Veiga e Carl Jung e ainda contou que está, ele próprio, escrevendo um livro.
A Bienal vai até domingo. Nos quatro primeiros dias, os visitantes somaram 173 mil pessoas. O volume é parecido com o registrado no mesmo período em 2007. A expectativa de vendas é de 2,5 milhões de livros ao fim dos dez dias de feira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.