A curadoria da 28ª Bienal de São Paulo, programada para ocorrer entre 26 de outubro e 6 de dezembro, anunciou a lista dos 40 artistas participantes, os projetos especiais e parte de sua programação – somente os cinco ciclos de debates e o projeto educativo ainda não foram fechados. Com curadoria-geral de Ivo Mesquita e curadoria-adjunta de Ana Paula Cohen (o sul-africano Thomas Mulcaire não faz mais parte do projeto desde abril), a 28ª Bienal de São Paulo – Em Vivo Contato propõe-se a ser a Bienal de reflexões e, ainda, uma edição não-convencional e dinâmica, com projetos e obras que vão sempre se transformando ao longo deste ano e com atividades diferentes a cada dia.
Orçada entre R$ 8 milhões e R$ 9 milhões, a 28ª Bienal traz em sua lista 15 nomes de artistas brasileiros (ou que vivem aqui) e grupos com integrantes nacionais – entre os estrangeiros, há bandas, coletivos, seis criadores em programa de residência.
“Diferentemente da Bienal de Veneza e da Documenta de Kassel, o público da mostra brasileira é do Brasil mesmo, a maioria, de São Paulo. São as pessoas da cidade que acabam indo mais e, por isso pensamos em dar oportunidade para bastantes criadores nacionais participarem”, diz Ana Paula Cohen.
Nesse sentido, a chamada ‘Praça’, parte desta edição do evento que ocorrerá no piso térreo do prédio vai ser o local “do tempo social e presente”. Esse espaço, por exemplo, será ativado pelo projeto cidadãos dançantes do coreógrafo Ivaldo Bertazzo. “Não é espetáculo de dança, é uma maneira de o público não ser um espectador passivo”, diz Ana Paula.
Passada a ‘Praça’, onde ocorrerão outras atividades que “escapam da disciplina artes visuais” e vão sendo mais híbridas no espaço aberto, o visitante subirá a primeira pequena rampa e nela deixar suas bolsas, pertences, ‘skates’, como diz a curadora, para adentrar na parte da mostra que terá obras que lidam com questões de memória, crítica institucional, ‘realidade e ficção’.
A presença do vídeo e do cinema será forte nesta edição. No primeiro piso estará o Vídeo Lounge, com filmes selecionados por Wagner Morales. Ao mesmo tempo, Gustavo Moura fará edições de imagens, palestras e atividades captadas durante o evento. Outro projeto nesse campo é o Archivo Abierto, seleção feita por Isabel García de vídeos que documentam as ações de artistas no Chile dos tempos da ditadura. Já extravasando o prédio, talvez o projeto do Cinema Capacete também ocorra “numa casa modernista e numa sala de cinema”, diz a curadora. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.