A artista conceitual escocesa Katie Paterson (1981) teve uma ideia um tanto inusitada: criar a Biblioteca do Futuro. Seu projeto não é para já e não é para a nossa geração, talvez nem para a próxima, já que seu conteúdo só será conhecido em um século.

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Em maio de 2014, ela plantou mil mudas numa floresta nos arredores de Oslo, na Noruega. Ao mesmo tempo, convidou a canadense Margareth Atwood a escrever um livro – tarefa que ela acaba de concluir.

O manuscrito de It’s Scribbler Moon será guardado a sete chaves, em caixa lacrada. Com a inauguração da nova biblioteca Deichmanske, em 1918, em Oslo, este e os próximos originais ficarão numa sala especialmente desenhada por Paterson e dedicada à Biblioteca do Futuro.

A cada ano, um novo escritor será convidado a integrar o projeto. A cada década, o conselho curador será renovado. Ninguém, nem a idealizadora, porém, terá acesso ao conteúdo das histórias escritas. Serão todos guardiões desse acervo e do projeto. Isso, até chegar em 2114, quando as árvores serão cortadas para fornecer o papel em que essas obras serão impressas. Há, nisso, uma esperança de futuro para o livro físico.

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Aos escritores, será dada total liberdade quanto ao gênero e tamanho dos livros. Aos usuários da biblioteca, a oportunidade de visitar essa sala feita também com madeira da floresta local, onde poderão ver os nomes dos autores e os títulos dos livros. Só.

À época do lançamento, Atwood disse: “Eu me sinto muito honrada e também feliz em participar disso. Este projeto, pelo menos, acredita que a raça humana ainda estará por aí nos próximos 100 anos”.

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O britânico David Mitchell é o mais novo autor da Biblioteca do Futuro. Ele terá até 2016 para entregar a história. Um dos desafios é não se ter ideia de como será a geração que vai ler esses livros. A ideia é imprimir 3 mil exemplares de cada título.