Berlim – E a 55.ª Berlinale termina hoje à noite com a premiação no Berlinale Palast, na Marlene Dietrich Platz. É um prédio moderníssimo, como, de resto, toda a arquitetura ao redor de Potsdamer Platz. É onde estava o antigo Muro de Berlim, que dividia a cidade em duas partes. Com a queda do muro, toda essa terra arrasada virou uma espécie de cartão de visitas do poder econômico do mundo globalizado. O futuro já chegou aqui em Potsdaner Platz. O Berlinale Palast é um exemplo, o Sony Center, com sua cúpula geodésica, poderia estar em qualquer fantasia científica sobre o século 22 ou 23, tão arrojadas são as suas linhas.

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A questão que se discute – como vai agir o júri presidido por Roland Emmerich? O diretor de Independence Day não é certamente alguém confiável, política e esteticamente, mas Emmerich já passou um recado que não tem compromisso com ninguém e a atriz Framka Potente, que integra o júri, tem dito em todas as suas entrevistas que isso aqui não é sucursal de Hollywood. Poderemos ter surpresas, hoje à noite – espera-se que sejam boas.

Se o júri fizer a coisa certa, dificilmente deixará de premiar filmes como o palestino Paradise now, de Hany Abu Assad, ou Sophie Scholl – The Final Days, de Marc Rothemund. Ambos insistem num aspecto que tem sido fundamental na Berlinale 2005. É possível que filmes melhores do que os que integram a wettbewerb, a mostra competitiva, tenham sido apresentados ao comitê de seleção. 

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