O álbum de Nicolas Krassik, que ele chama de Antologia, é uma imersão de alma como pouco se vê na cena atual. O sotaque musical francês seria, para o senso comum, a antítese do brasileiro. Menos miscigenado, teria informações musicais mais lineares, sem a infinidade de tonalidades que bombardeiam um brasileiro desde sua infância. Seria, em suma, de menor ginga, de quase nenhuma malandragem.

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Antologia, em seus 13 temas gravados em seus cinco discos, quebra essa lógica semipreconceituosa. Do choro Krassik de Ramos, presenteado por Eduardo Neves na brincadeira com a maternidade do partido-alto, a quadra de Cacique de Ramos, ao galope Jimi’s Galop, de sua autoria, Krassik vai demovendo a ideia de que se trata de um aventureiro deslumbrado. Seu passeio segue com A Ginga do Mané, de Jacob do Bandolim (em belo arranjo), Lamento Sertanejo (de Dominguinhos e Gil), ligada a Último Pau de Arara, e mais Deixa a Menina (de Chico Buarque) e Corsário (de João Bosco e Aldir Blanc). A porção compositor de Krassik, além de estar em Jimi’s Galop, vem representada por Cordestinos, em que o violino se encontra com a rabeca e se tornam um só, e Nordeste de Paris, uma referência à região onde cresceu, na periferia parisiense.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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