Beija-Flor vence no Rio e surpreende especialistas

A escola de Nilópolis ficou com 388,7 pontos, apenas oito décimos a mais do que a segunda colocada, a Unidos da Tijuca, considerada a grande zebra desse ano. Em terceiro ficou a Mangueira, com 387,9 pontos. A Beija-Flor desfilou sob forte chuva, na madrugada de terça-feira, e fez uma bela apresentação. O enredo desse ano foi Manôa, Manaus, Amazônia, Terra Santa… que alimenta o corpo, equilibra a alma e transmite a paz, um samba ecológico que defendeu a preservação da floresta amazônica.

O segundo lugar foi um azarão, a escola Unidos da Tijuca que veio com um enredo sobre a criatividade dos cientistas e trouxe o carnavalesco Paulo Barros, que estreou esse ano no Grupo Especial, vindo da Paraíso do Tuiuti. O presidente da Unidos da Tijuca, Fernando Horta, disse que esperava mesmo disputar o campeonato e que a contratação de um carnavalesco novato influenciou no resultado. “Tenho certeza que se tivéssemos saído na segunda-feira a escola teria sido campeã”, disse o presidente.

Foi uma das disputas mais acirradas, só decidida na divulgação do último quesito, evolução.

Carnaval carioca demite seu astro, Joãosinho Trinta

Joãosinho Trinta, considerado um dos carnavalescos mais criativos do Rio, foi demitido da escola de samba Grande Rio, que ficou em décimo lugar no Carnaval 2004. Ele estava na escola há três anos. A direção da agremiação decidira pela saída dele havia dez dias, por estar descontente com o desenvolvimento do enredo “Vamos vestir a camisinha, meu amor”. Mas Joãosinho foi mantido até o desfile porque não havia tempo para substituí-lo.

O presidente da Grande Rio, Hélio Ribeiro de Oliveira, disse que sua decisão foi motivada principalmente, pela briga com a Igreja Católica, provocada pela exploração do sexo no enredo. “Esta insatisfação já vinha desde o ano passado, pois ele não chegava onde a gente queria, um enredo mais sério e mais social” explicou Oliveira.

“Teve também a briga com a Igreja Católica que ele levou para dentro da Escola, com promotor e tudo no barracão. A Grande Rio nunca teve nem tem problema com qualquer religião. O problema do Joãsinho foi muita conversa e pouco Carnaval”, disse Oliveira.

Joãosinho também fez os carnavais de 2002 e 2003 da agremiação de Duque de Caxias: o primeiro sobre o profeta Gentileza e o segundo sobre a Vale do Rio Doce.

No meio da tarde de ontem, durante a apuração das notas, assessores disseram que ele não havia sido informado da demissão e estaria dormindo. Uma semana antes do desfile, ele disse que considerava “apavorante” a reação da Igreja a seus dois carros alegóricos que mostravam posições sexuais – um deles acabou saindo na avenida envolto com um plástico preto com a tarja “censurado” e outro, parcialmente coberto.

“Em pleno terceiro milênio a Igreja está retornando a atitudes medievais. Cabe a pergunta: quanto tempo a Igreja levará para pedir novamente perdão ao mundo?”

Outra baixa

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Mocidade Independente de Padre Miguel, Babi e Tuninho, também foram destituídos. “Para sair na Mocidade é preciso ser bom, gostar da escola e se dedicar aos ensaios. Não é que eles não fizessem isso. Esta troca é normal”, disse Paulo Nascimento, presidente de honra da escola. Ele não informou quem entrará no lugar deles. Babi e Tuninho, que estavam na Mocidade desde o ano passado, levaram notas 10, 9.9, 9.8 e 9.7 dos jurados.

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