Beatriz Segall e Myrian Pires juntas, pela primeira vez, em Curitiba

Dois monumentos do teatro e da TV brasileira estarão no palco do Teatro HSBC de amanhã a domingo: Beatriz Segall e Myrian Pires estrelam Quarta-feira, sem falta, lá em casa, de Mário Brasini. Montada pela primeira vez em Curitiba, a peça retrata a condição humana e suas relações.

Com delicadeza, procura discutir a solidão e a maneira como as pessoas lidam com ela. “É cheia de nuances, é engraçada e, ao mesmo tempo, tem momentos de ternura e tensão. É uma história delicada que fala da amizade, da necessidade de termos amigos”, resume Beatriz. “A peça discute a solidão, especificamente na velhice, mas a questão é tratada de maneira sensível e bem humorada. É uma comédia de costumes”, completa Myrian.

O espetáculo enfoca a classe média-alta carioca, dos anos 50 e 60, com sua moral e seus costumes. Conta a história de Alcina (Beatriz Segall), e Laura (Myrian Pires), amigas há mais de quarenta anos, que se encontram todas as quartas-feiras na casa de uma delas, quando passam a tarde jogando conversa fora.

Falam das famílias, dos vizinhos, amigos, amores, do passado que as une e outras trivialidades. Em uma dessas conversas, ambas descobrem que não sabem tanto assim uma da outra e, num clima que oscila entre o tenso e o descontraído, segredos insuspeitáveis e lembranças “apagadas” vem à tona, mudando o ritmo de suas conversas.

Diferenças

As amigas têm personalidades bem distintas: Alcina, a mais velha, é faladeira e impulsiva. Para Beatriz Segall, ela é ingênua e vive uma moral conservadora, segue princípios que não são os dela, se deixa influenciar pelo “externo”. Já sua amiga Laura é mais racional e irônica. “A minha personagem é bem vivida, não tem preconceitos. É uma mulher livre que sempre foi dona de sua vida, independente”, descreve Myrian.

Realista

A direção de Alexandre Reinecke segue um caminho realista/naturista. A concepção do cenário criado por Paulo Segall foi pensada da mesma forma. Reproduz um apartamento de classe média-alta em Copacabana. A mobília é baseada no final dos anos 40, início dos 50. O estilo é clássico, possui um tom claro e harmônico. Já a trilha sonora idealizada por Raul Teixeira é composta por marchinhas de carnaval e valsas brasileiras. As atrizes, que já trabalharam juntas em 2001, no espetáculo Ponto de Vista, de David Hare, com direção de José Possi Neto, há alguns anos não interpretavam autores brasileiros. Antes de Ponto de Vista, a última peça de Myrian, foi Barreado, há 19 anos. Já Beatriz atuou em Do Fundo do Lago Escuro, de Domingos Oliveira, em 98.

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Amanhã e sábado às 21h e domingo às 19h no Teatro HSBC/Palácio Avenida. Ingressos a 20 reais (clientes HSBC pagam meia). Informações pelo telefone (41) 232-7177.

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