Batata, samba, humor e exposição

d141.jpg?No fundamento da gastronomia, tratamos da cultura que envolve o ato de alimentar que vai desde o ambiente até o atendimento.? Assim o restaurateur Robert Amorim, o Beto Batata, define a filosofia de seu restaurante que comemora hoje, seis anos de funcionamento. Nesse período o Beto Batata (R. Professor Brandão, 678 Alto da XV) sempre teve uma proposta diferenciada oferecendo aos seus clientes não apenas a gastronomia mas, também, um cardápio cultural variado que inclui exposições, música e literatura.

A festa do sexto aniversário reafirma essa atitude e no almoço de domingo será servida uma feijoada (ou batata suíça para quem preferir) com direito a um show do sambista Wilson das Neves (baterista titular do Chico Buarque). Na ocasião também acontece a abertura da exposição 10enhistas de Humor do Paraná com cartuns de temática livre e, também será implantada uma novidade no menu da casa: a batata Solange, criada pela chef Solange Schneider especialmente para as comemorações, que traz o surpreendente recheio de queijo brie, pêra seca e alho poró.

d142.jpg10enhistas paranaenses

O cartunista Solda é responsável pela reunião do grupo ?alguém tinha que organizar essa turma? e pelo trocadilho quase-infame: ?O número dez dá um sotaque nordestino para os desenhistas. Como nós fomos para o Piauí, achei que tinha tudo a ver?, explica divertido. Solda conta que procurou selecionar alguns dos cartunistas mais expressivos do Estado. De fato, na lista estão nomes respeitadíssimos nacionalmente como Paixão, Bennet, Marco Jacobsen, Dante Mendonça, Miran, Pryscila Vieira, Tiago Recchia, Rettamozo e César Marchesini.

Pryscila Vieira única mulher e a caçula do grupo acha que o humor paranaense tem como característica principal a seriedade. ?Exceto pelo meu trabalho, é claro?. Brincadeiras à parte, a artista conta que é muito bom estar ao lado de artistas que ela sempre admirou. ?Essa é a primeira vez, depois de tantos anos, que se reúnem linguagens tão diversas. É um encontro de gerações?, define contando que entre os cartunistas não existe uma concorrência, mas, sim, um respeito mútuo.

d143.gifNeste domingo, no Espaço Cultural Beto Batata – e a partir de terça-feira, dia 31, no Beto Batata do ParkShopping Barigüi – serão expostos os trabalhos que foram apresentados em 2004 no Salão de Humor do Piauí e que também passaram no início deste ano pelo Salão de Foz do Iguaçu, onde Pryscila Vieira foi premiada com terceiro lugar geral. O tema dos cartuns é livre e os artistas, tão diferentes em traços, têm em comum o bom humor e, algumas vezes, a crítica política. Depois de Curitiba essa mostra segue para o Casarão do Cunha, no litoral Norte do Rio de Janeiro, e será uma das atrações da Festa Internacional Literária de Parati a FLIP.

Som Sagrado

Wilson das Neves um dos maiores sambistas brasileiros da atualidade, será a principal atração musical do aniversário de seis anos do Beto Batata. Baterista titular de Chico Buarque, o músico, que se revelou como cantor e compositor em 1996, vai mostrar o repertório dos seus discos O Som Sagrado de Wilson das Neves e o mais recente Brasão de Orfeu. Para acompanhar o sambista, o Clube do Choro de Curitiba escalou uma seleção de craques da cidade formada pelos músicos João Egashira (violão), Gabriel Schwartz (sopros), Tiziu (violão de 7), Denis Mariano (percussão) e Julião Boêmio (cavaquinho).

d144.jpgFlamenguista de carteirinha e sócio titular da Velha Guarda do Império Serrano escola de samba alviverde do Carnaval Carioca Das Neves (como é chamado pelos amigos) promete um show inesquecível. Ele adianta que, além dos sambas que fez com o poeta Paulo César Pinheiro (como O samba é meu dom, Fundamento, Mestre Marçal e Anfitrião), da parceria com a ?chefia? Chico Buarque (Grande Hotel) e com o amigo musical e rival vascaíno Aldir Blanc (Imperial), vai mostrar clássicos de outros compositores ilustres como Silas de Oliveira autor do samba-enredo Aquarela Brasileira. ?Esse samba é tão conhecido que não precisa nem cantar é só fazer o lá-lá-lá que o público leva até o final.?

Com quase 50 anos de carreira, Das Neves é o que se convencionou chamar de músico polivalente. ?Já toquei com várias vertentes?, recorda o baterista que esteve ao lado de nomes consagrados no cenário internacional como Sarah Vaughan, Toots Thilemans e Michel Legrand. Na música brasileira, além de Chico Buarque, Wilson das Neves já trabalhou com Roberto Carlos, Elizeth Cardoso, Clara Nunes, Elis Regina (com quem tocou no Olimpia de Paris), Alcione, Beth Carvalho e muitos outros. ?Mas gosto mesmo é do samba que é a minha música. É o ritmo que me seduz, encanta e fascina. É o maior ritmo do mundo. Quando comecei a gravar, na Rádio Nacional, tinha que tocar com todo mundo. Agora os sujeitos são especialistas em rap, rock… antigamente tinha que fazer tudo. Aí, depois, a gente vai filtrando um pouquinho de cada um e cria a própria personalidade?, finaliza o sambista.

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