A banda Barão Vermelho, liderada por Roberto Frejat, anuncia uma nova pausa na carreira. A primeira vez foi em 2001. Naquela ocasião, a separação durou quase quatro anos e dois CDs-solo de Frejat. ?Num primeiro momento, eu queria fazer um trabalho solo e voltar. Perdi um tempo maior para lançar dois CDs e poder voltar??, lembra o vocalista. Desta vez, o retorno do Barão não tem data definida. Mas para não criar alarde ou boatos do fim do grupo, ele avisa: ?No nosso caso, os dois motivos principais que levam ao fim de uma banda não existem.?? Ou seja, os integrantes continuam a se dar bem e não há um distanciamento artístico entre eles.

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São Paulo (AE) – Antes dessas férias, no entanto, o Barão se despediu de São Paulo nesta sexta-feira (19), no Tom Brasil – Nações Unidas, encerrando a turnê MTV ao Vivo, que virou também CD e DVD. O repertório segue basicamente o mesmo que foi apresentado durante o tour 2006, com o reforço de seis músicas a mais. Uma espécie de mimo nesta despedida temporária a um de seus públicos mais devotos.

Confirmados hits como Bete balanço, O poeta está vivo, Por você, o dueto virtual com Cazuza em Codinome Beija-Flor (que colocou a canção de volta às paradas de sucesso das rádios), além de regravações que ficaram famosas na versão do grupo, como Amor, meu grande amor (Angela Ro Ro) e Malandragem dá um tempo (Bezerra da Silva). Entre os mimos, a antiga canção Bilhetinho azul, tirada do primeiro álbum da banda, Barão Vermelho, de 1982.

A turnê passará ainda por outras cidades e chega ao fim no início de fevereiro. A partir daí, os músicos estarão livres, leves e soltos para tocar os próprios projetos. Muitos deles, na verdade, darão continuidade aos trabalhos paralelos que já vinham mantendo. O percussionista Peninha segue na estrada com sua banda de salsa Gungala, com seu filho nos vocais. O baixista Rodrigo Santos e o baterista Guto Goffi, que também integram o grupo Os Britos, devem lançar um CD com repertório só de Beatles além de lançarem os respectivos discos-solo. Goffi também continua à frente de sua loja de instrumentos musicais, a Maracatu, e os cursos de percussão. Já o guitarrista Fernando Magalhães planeja lançar um CD instrumental, que estava pronto desde a outra parada, além de se manter como produtor dos artistas de seu selo T-Rec.

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Ao contrário dos amigos, Frejat conta que não consegue se dedicar a nenhum projeto-solo enquanto está à frente do Barão ?Talvez eu seja o único da banda que, se tivesse um trabalho em paralelo, concorreria com a própria banda. É uma situação delicada.?? Por isso, apesar de convites para shows terem chovido para o Frejat-solo, o Frejat do Barão declinou das ofertas. ?Enquanto estava no grupo, preferi não fazer apresentações sozinho.??

A preocupação em não misturar as estações é tanta que o vocalista não consegue nem pensar em músicas para um disco próprio enquanto está em turnê com sua trupe de tantos anos. Por isso, com o fim da turnê, ele começa a conceituar seu terceiro CD-solo, partindo praticamente do zero. ?Eu gostaria de estar mais adiantado??, diz. ?O disco pode vir completamente diferente dos outros dois.?? A única certeza é que permanecerá na verve pop – afinal, o rock ele deixa para quando está com o Barão. ?Talvez seja mais eletrônico, ou mais acústico, eu use mais cordas.?? A idéia inicial é lançá-lo neste primeiro semestre, mas, diante do andar da carruagem, é bem provável que fique mesmo para o segundo semestre. 

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