O que leva uma banda com apenas um disco lançado a gravar um CD e DVD ao vivo? No caso do Cine, tentar reafirmar seu lugar no gosto da molecada. Com fãs numa faixa etária de 13 a 16 anos, os rapazes sabem que não podem ficar parados enquanto uma nova banda surge na internet e na MTV. Só a página do Cine no MySpace contabiliza mais de 5 milhões de reproduções de suas músicas. Já na MTV, eles são figurinhas fáceis no VMB. Fundada em 2007, a banda faturou os prêmios de revelação da MTV e do Multishow em 2009. Neste ano, estão entre os indicados para o melhor clipe, com “A Usurpadora”. A última premiação foi há cerca de duas semanas, novamente no prêmio Multishow, com a consagração como a banda do ano, segundo a escolha dos internautas.
Os números são expressivos, mas apenas isso não garante um bom DVD. O repertório dos shows das turnês, por exemplo, teve se ser ampliado. “Nos shows apresentamos uma média de 14 músicas. Para a gravação, tivemos de reunir algumas ideias”, explica o vocalista da banda, Diego Silveira, ou DH, como é conhecido. “Conversamos bastante sobre quais eram as melhores. Colocamos no MySpace para ver o que os fãs achavam. Elas atingiram mil reproduções em dois dias”, completa o cantor.
Na gravação, no HSBC Brasil, em São Paulo, em abril deste ano, além das inéditas “A Praia”, “T.R.N.E”, “Play”, “Namora Comigo?” e “Um Lance, Não um Romance”, eles deram uma, digamos, recolorida em “Sábado à Noite”, de Lulu Santos. “Eu ouço o Lulu desde pequeno. Todo mundo admira pelo menos uma música do cara. É um artista pop que gosto bastante”, diz DH. “Acabamos usando uma versão que gostamos. Temos essa mensagem de curtição, de festa e tal. Achamos que era uma releitura bem legal”, explica. As músicas foram feitas em pouco tempo, com apenas três meses de gravação, antes do show. O título do CD e DVD, “As Cores”, é outra reafirmação.
A banda é uma das expoentes da onda colorida que ganhou o rock e o pop nacional nos últimos dois anos. “Não pode vestir uma roupa colorida mais?”, questiona o vocalista, durante o show. No palco, porém, eles já não estão usando as calças apertadas e de cores vibrantes. O visual está, sem dúvida, mais sóbrio. O colorido fica reservado para a iluminação. O som também se mantém igual, com Dan (guitarra), Dave (bateria e vocal), Bruno (baixo e vocal) e Dash (teclados e vocal). As letras cantadas por DH de forma aguda e rasgada são felizes, sobre festa e curtição. Em determinados momentos, ele lembra bastante Di Ferrero, do NX Zero. As informações são do Jornal da Tarde.