O Balé Teatro Guaíra apresentará neste fim de semana, no auditório Bento Munhoz da Rocha Netto (Guairão), as coreografias Caixa de cores, de Luiz Fernando Bongiovanni, e Pequeno mundo (Werschwindend Kleine Welt), de Felix Landerer. Hoje o espetáculo começará às 20h30 e, amanhã, às 18h. Ingresso: 10 reais.
Os dois coreógrafos foram convidados ano passado pelo Centro Cultural Teatro Guaíra para preparar estes dois trabalhos que estrearam em setembro de 2005.
Bongiovanni usou para Caixa de cores a essência do trabalho do físico Isaac Newton, a divisão da luz em sete cores, reconhecidas pelo olho humano, mais o branco (a união de todas as cores) e o negro, como a ausência de cor.
O coreógrafo fala que o aspecto físico, como o comprimento de onda, de uma determinada cor acaba associando-a a um estado de espírito. Como o vermelho, que tem a onda mais curta, e, portanto, mais vibrante. Esta cor está associada à pulsação, à paixão, ao ímpeto. Do outro lado do espectro está o violeta, com o comprimento de onda mais longo. ?Já esta cor está associada à solidão e à morte?, disse Bongiovanni.
Ele atuou como bailarino por nove anos na Europa (Suíça, Holanda e Suécia) e se apresentou em turnês nos Estados Unidos, Brasil, Argentina, Paraguai, China, Coréia do Sul, Nova Zelândia e Austrália. Trabalhou com os coreógrafos Mats Ek, Ohad Naharin, William Forsythe e Nacho Duato, entre outros. Os últimos anos de carreira, terminada em junho de 2003, foram dedicados ao Cullberg Ballet de Estocolmo, na Suécia, uma das principais companhias européias. Na Europa, coordenou workshops de improvisação e composição, baseados na técnica desenvolvida por William Forsythe. No Brasil, coordenou em 2004 o projeto de Residência Coreográfica da Oficina Cultural Oswald de Andrade. Bongiovanni também coreografou para o Balé da Cidade, de São Paulo.
Felix Landerer
O coreógrafo alemão é bailarino do Teatro de Hanover e o trabalho com o Balé Teatro Guaíra foi o primeiro fora da Alemanha. A pesquisa de Landerer trilhou os sentimentos que surgem quando uma pessoa perde a memória, seja por doença degenerativa, idade ou acidente. Para ele, o impacto é dramático. ?É muito triste você não se lembrar das memórias, do que foi a sua vida?, disse.
Com o nome de Werschwindend Kleine Welt (Pequeno Mundo), a coreografia aborda o começo deste processo, quando as pessoas ainda têm lucidez sobre os fatos.