Foto: O Estado |
Dança masculina é capítulo à parte. |
O Teatro Via Funchal acolheu quatro apresentações do espetáculo A magia da dança, concebido e dirigido pela grande diva do balé mundial, Alicia Alonso. Trata-se de uma excepcional antologia, com cenas culminantes de seis obras célebres do repertório do balé tradicional, segundo as famosas versões coreográficas de Alicia.
Grande intérprete ela mesma dessas obras emblemáticas da história da dança (Giselle, O lago dos cisnes, A bela adormecida, O quebra-nozes, Coppélia e Don Quixote), seu trabalho coreográfico consistiu no resgate de tudo o que se conserva das versões originais do século XIX, agregado à sua profunda sabedoria sobre os estilos, o domínio da linguagem técnica da dança clássica até seu desenvolvimento atual, assim como o bom gosto e a modernidade essencial, que não nega nunca a autenticidade histórica das obras reconstruídas.
Os balés clássicos são belos quando são interpretados da forma que faz o Ballet Nacional de Cuba e o espectador de hoje agradece como quem recebeu um presente que não é muito comum nos nossos dias.
Os bailarinos cubanos, que formam essa companhia, são todos de primeira categoria e possuem um domínio técnico e artístico fora do comum. Isso sem contar as reconhecidas qualidades do corpo de baile. É surpreendente a quantidade de primeiras figuras com que conta o Ballet Nacional de Cuba e seria difícil encontrar no cenário contemporâneo outra companhia de balé que, em uma mesma apresentação, exiba tão generosa mostra de talentos individuais.
Seria impossível nos referir neste breve comentário a cada uma das obras apresentadas, e a cada um desses brilhantes bailarinos. Podemos destacar, com o risco de ser injustos com os demais, figuras como Viengsay Valdés, dona de um domínio técnico incrível, que provocou aplausos do público com seus espetaculares equilíbrios; Bárbara García, que possui uma maturidade interpretativa impressionante; e Anette Delgado e Yolanda Correa, ambas cheias de força técnica e frescura interpretativa.
A dança masculina cubana é um capítulo à parte, não só no Ballet Nacional de Cuba, mas em escala internacional. O país caribenho é uma potência como produto de excelentes bailarinos clássicos homens.
Grandes aplausos encheram o espaço do Teatro Via Funchal, que se converteram em calorosa ovação, quando Alicia Alonso apareceu no palco para saudar o público entusiasmado.
A turnê segue rumo a Maceió, Recife, Aracaju, Brasília, Florianópolis, Porto Alegre, Curitiba e Belo Horizonte, voltando a São Paulo para mais duas apresentações, nos dia 28 e 29 de maio.