Maria Fernanda Cândido está se sentindo a mais carioca das paranaenses. Desde que se mudou para o Rio em 1999, quando interpretou a sensual Paola em Terra Nostra, ela nunca pôde aproveitar o verão carioca como gostaria. Por conta das personagens de época que fazia, era sempre aconselhada pelos diretores a não ir à praia ou pegar sol. Hoje, graças à exuberante Lavínia, de Como uma Onda, ela virou quase uma "rata de praia". "Sempre que posso, dou um mergulho no mar antes de ir para o Projac. Se eu chegar ao estúdio com o cabelo cheirando a sal, não tem problema. Faz parte da caracterização da personagem", diverte-se.

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De fato, a pescadora Lavínia, de Como uma Onda, é a primeira personagem contemporânea numa galeria marcada por tipos de época, como a cantora Isa Galvão, de Aquarela do Brasil, ou a operária Nina, de Esperança. Mas essa não é a única novidade. Pela primeira vez também, a atriz atua numa novela das seis, interpreta a mãe de uma adolescente e estréia como protagonista de uma novela da Globo. Antes, ela só havia protagonizado a minissérie Aquarela do Brasil, em 2001. "Protagonizar novela é trabalho para poucos. É difícil porque o volume de trabalho é muito grande e quase não sobra tempo para mais nada", pondera.

Por isso mesmo, Maria Fernanda lamenta a impossibilidade de exercer a Terapia Ocupacional, curso que ela concluiu na USP no ano passado. "Sempre tive paixão por essa profissão, até aparecer outra, ainda maior e novíssima", brinca. Na carreira de atriz, enfrentou os dissabores que toda ex-modelo enfrenta quando tenta ser atriz. Mas, aos poucos, ela acredita estar provando que beleza e talento são virtudes compatíveis entre si. Não por acaso, a modelo que já ganhou o título de "a Musa do Século", do Fantástico, fala com orgulho do Kikito que levou por sua atuação no filme Dom, de Moacyr Góes. "Graças a Deus, sempre tive os dois pés no chão. Fico feliz com esses prêmios, mas não deixo que eles subam à cabeça e ganhem uma proporção maior do que, na verdade, eles são", garante.

Furacão sensual

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Nascida em Londrina, Maria Fernanda nunca se considerou a mais bonita da turma. Aos 12 anos, se esforçava para disfarçar a altura porque se achava um tanto magricela. Foi nesta época que a família se mudou para São Paulo. Dois anos depois, ela ingressou no mundo das fotos e das passarelas ao ser descoberta por uma produtora de moda na piscina do condomínio em que morava. Aos 15 anos, ela já estava em Paris, fotografando para as melhores revistas de moda do mundo como modelo exclusiva da Elite. "Desde cedo, aprendi a lidar com dinheiro e a ter uma postura profissional", enfatiza.