Destaque da programação com o longa de Cristiano Burlan, Antes do Fim, Helena Ignez, a transgressora-mor do cinema brasileiro contemporâneo, foi homenageada pela Mostra de Tiradentes com um troféu que leva seu nome. Destina-se a uma personalidade feminina. O deste ano foi outorgado a Júlia Katharine, atriz (e mulher trans, como Daniela Vega do chileno Uma Mulher Extraordinária, que está no Oscar) filmada por Gustavo Vinagre em seu documentário Lembro Mais dos Corvos.

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Júlia não precisa sair de casa, nem o diretor mexer muito sua câmera, para nos revelar o encontro, e também o choque, entre dois mundos, o interno e o externo.

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Lembro Mais dos Corvos passou na Mostra Aurora, menina dos olhos de Tiradentes, e quem ganhou o Troféu Barroco – prêmio da crítica – foi Baixo Centro, da dupla Ewerton Belico e Samuel Marotta, de Minas. A Aurora é a grande vitrine da produção autoral e independente do País.

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Este ano, seu tema foi O Chamado Realista. Não por acaso, a degradação do centro das grandes cidades e a reocupação desses espaços por personagens que reafirmam a identidade da periferia estão no filme vencedor, que possui uma trilha musical muito forte. Baixo Centro e Lembro Mais estarão na Mostra Aurora em São Paulo, que o Cinesesc deve apresentar em março. Guarde as datas – de 15 a 21. Não apenas esses filmes, mas uma seleção do melhor da Aurora e das demais seções do evento vão trazer a São Paulo a discussão sobre gêneros e etnias que movimentou a Mostra deste ano.