O bailarino Alexandre Scupinari, da academia Petit Ballet de Curitiba, foi selecionado em julho último para o curso de inverno da School of American Ballet (SAB), a mais tradicional escola de dança clássica dos Estados Unidos. Fundada em 1934 pelo coreógrafo George Balanchine e o empresário Lincoln Kirstein, a SAB é um celeiro de grandes dançarinos, nomes como Fernando Bujones, Julio Bocca, Suzan Farrel, Peter Martins e Paloma Herrera fizeram aulas no centro de estudos, localizado na cidade de Nova Iorque. Além deles, milhares de bailarinos participaram de cursos e hoje compõem o cast de companhias de todo mundo, inclusive do New York City Ballet, principal mantenedor da escola.
Alexandre foi para NY acompanhado da diretora do Petit Ballet, Rita de Cássia Monte Correia, para participar da audição junto com aspirantes a dançarinos de diferentes cidades americanas. Com o seu desempenho obteve a bolsa de um ano, cujo início é no próximo dia 05 de setembro, para freqüentar as aulas do curso, que incluem técnica clássica, de caráter, repertório, música e musculação. ?A dança entrou na minha vida sem muitas pretensões e o ballet foi uma evolução natural para me aperfeiçoar. Estou muito feliz de ter conquistado esta aprovação na School of American Ballet, uma das mais renomadas do mundo na arte da dança?, afirma Alexandre.
Talento precoce
Com apenas três anos de prática do ballet clássico, Alexandre se destaca pelo refinamento de sua técnica e fácil assimilação dos passos, atributos essenciais em um cenário tão competitivo como o ambiente da dança. ?A dança clássica evoluiu muito e surgem diariamente talentos em toda a parte do mundo. Invariavelmente, essas pessoas vão aos Estados Unidos seguir carreira, já que o país que oferece a infra-estrutra mais adequada e reúne os melhores dançarinos e professores do mundo?, explica Rita de Cássia, com a experiência de quem já direcionou os passos de outro bailarino curitibano, Luciano Lazzarotto, atualmente no elenco do espetáculo Fantasma da Ópera, em Las Vegas.
Para Alexandre, os desafios estão apenas começando, pois a inexperiência e a distância da família são fatores que o preocupam. ?Estou otimista e vou me dedicar muito, pois é uma chance única, que muitos sonham em ter?, diz. Atualmente, o SAB treina 325 meninos e meninas com idades entre 08 e 18 anos para a carreira de dançarinos profissionais em companhias de ballet, grupos de dança e de espetáculos, como os da Broadway. Além das aulas, os estudantes têm a oportunidade de se apresentar anualmente num dos palcos mais prestigiados do mundo, o teatro do New York City Ballet, no Lincoln Center. É mais um brasileiro que está iniciando o seu caminho em terras estrangeiras e que no futuro pode repetir o sucesso de outros conterrâneos, como Marcelo Gomes, primeiro bailarino do American Ballet Theatre, e Thiago Soares, principal dançarino do Royal Ballet, de Londres.