Bailarina brasileira é aprovada na Academia Vaganova

Rubem Braga dizia que meninos são capazes de amores teimosos. “Amores burros e compridos”, que não tocam o coração dos adultos. Foi aos quatro anos que ,Virgínia Mazzoco conterrânea do cronista capixaba, começou a alimentar sua devoção pela dança. Aos 12, saiu de Vila Velha, no Espírito Santo, para estudar em Joinville, na Escola Bolshoi. E, agora, aos 16, prepara as malas em direção à Rússia. Foi selecionada pela Academia Vaganova, uma das mais importantes escolas de balé clássico do mundo.

Não é pequeno o feito de Virgínia. Sua teimosia levou-a a sonhar alto. “Ficava vendo vídeos no YouTube”, ela lembra. “E pensando que queria dançar como aqueles que mais admiro.” Mikhail Baryshnikov, Anna Pavlova, Nijinsky, Diana Visheneva. Todos ícones da dança. E, coincidentemente, todos formados pela Vaganova. “Existe um estilo muito próprio da escola que é possível reconhecer na técnica de cada um deles”, acredita Virgínia.

Mas não parecia fácil chegar perto desse panteão. Há dez anos nenhum brasileiro era aprovado por lá. Ao longo dos seus 275 anos de história, a instituição só registra a passagem de duas bailarinas do País. Mas por que não tentar?

Virgínia tentou cedo. Com 14 anos, se inscreveu em um teste e… passou. “Só que tive que esperar fazer 16 para poder me matricular. Eles prometeram guardar a vaga para mim”, conta. Para quem vive na Rússia, o curso regular dura nove anos. E as crianças começam a frequentá-lo entre os dez e os 12 anos.

Candidatos internacionais só são aceitos para as últimas quatro séries. E, para conseguir acompanhar o ritmo das aulas, precisam comprovar seu conhecimento técnico, além de já estarem familiarizadas com o método Vaganova: prática pedagógica concebida pela bailarina Agrippina Vaganova (1879- 1951), que ainda é considerada referência no ensino de balé. “Comecei a estudar esse método aqui na Escola do Bolshoi em Joinville e logo me interessei por ele.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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