Baderna legitimada?

“E nós, pacatos cidadãos, até quando vamos tolerar a truculência dessa corja despudorada, incentivada por uma demagogia barata, por um populismo insensato de clérigos piegas, de políticos ávidos de votos, de juízes que perderam o trem da história?”

Estamos perdendo, aos poucos, a capacidade de nos indignar! Sem-terra que invadem propriedades reconhecidamente produtivas, derrubam cercas, matam o gado e se apropriam das sedes, jogando pela janela roupas e pertences de humildes proprietários. Sem-terra tomam de assalto onze praças de pedágio, quebram equipamentos e arrebentam cancelas, enquanto os empregados da empresa recolhem rapidamente o dinheiro da féria e se escondem, apavorados com a truculência daqueles vândalos.

Se isso aí é democracia, que Deus nos livre e guarde da democracia!

Li nos jornais que fazendeiros de Cascavel já declararam que não permitirão que sem-terra nenhum, nem mesmo policial invadam sua propriedade. Vão resistir nos limites da lei…

Pois é. Aonde foi parar nossa capacidade de indignação e de revolta? Aonde foi parar a autoridade dos governantes?

De uma coisa estou certo: a tirania, a truculência das minorias é tão nefasta e odiosa quanto outra qualquer. Temo pelo futuro de nossos filhos!

E, no entanto, avançam as hostes do anarquismo, da violência e da barbárie institucionalizada. E o governo continua omisso, frouxo, conivente. As pessoas se acovardam na indiferença natural e se escondem nas edificações protegidas de grades e de armações metálicas, e em seus carros blindados, com medo dos facínoras que estão à solta, lá fora, atrevidos, insolentes, selvagens! Mas o governo continua omisso! Mais do que omisso: conivente!

Será justo, por acaso, que essa gente venha apoderar-se, de mão beijada, à força, de terras cujos proprietários levaram um século para adquiri-las e cultivá-las?

Não advogo em causa própria. Não tenho terras, nem invejo quem as tenha. Mas, fico pensando se um bando de desocupados tivesse tentado invadir a pequena área que meus pais levaram mais de meio século para comprar e cultivar, com trabalho duro e honesto… Se esses desocupados tivessem tentado matar nossas poucas reses… invadir a sede e jogar, no terreiro, as roupas e haveres dos velhinhos… Não quero nem pensar nisso. Não sei do que eu seria capaz!

O que é pior de tudo isso: Eles não querem terra nenhuma! A que ganharam, já venderam ou abandonaram. O que querem mesmo é continuar tumultuando, anarquizando, desestabilizando o governo!

… E nós, pacatos cidadãos, até quando vamos tolerar a truculência dessa corja despudorada, incentivada por uma demagogia barata, um populismo insensato de clérigos piegas, de políticos ávidos de votos, de juízes que perderam o trem da história? Até quando vamos assistir, de braços cruzados, a essa afronta a nossos direitos? Ah! Não tenham dúvidas! Se permanecermos cépticos e inertes, eles marcharão sobre nós, invadirão nossas casas, e nos esmagarão como ratos! É assim que uma multidão de covardes e medíocres assistirão à ruína de cada um de nós: indiferentes e medrosos. Sem compaixão. Sem solidariedade!

Ah! Essa burguesia “cautelosa”! como a denominava o inigualável Eça de Queiroz.

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