B.B. King é um show. Faltaram os solos

O clima na chegada no Teatro Guaíra prometia uma noite inesquecível. Todos os lugares vendidos há vários dias. Cambistas pediam 300 reais pelo ingresso de platéia. No lobby do teatro as pessoas se encontravam. Antigos amigos, fãs de rock and? roll e blues, de Londrina, Curitiba, Ponta Grossa, Florianópolis e até mesmo de São Paulo, discutiam sobre as performances do rei do blues, B.B. King. A lenda estava ali, a poucos metros, num dos camarins.

A banda que acompanha o rei é excepcional. Dois guitarristas, um baixista, um pianista, um saxofone, um baterista e dois no pistão. A música de abertura é de primeira qualidade. O povo vibra nos três lances do teatro. O “homem” entra em cena após 10 minutos. B. B. King confessa que está velho, com diabetes e que as pessoas precisam ter paciência com ele. Nos primeiros acordes, três apenas de uma canção clássica, nova vibração. Mas foi só isso. Ele tocou pouco, os dedos já não obedecem com a mesma velocidade de outros tempos. A banda fazia o serviço o tempo todo. Com classe e eficiência, diga-se de passagem. King exorta as qualidades reais de seus músicos. E permite que eles solem durante vários minutos. Um-a-um. Entre esses shows particulares, King conversa com a platéia e canta bastante. Blueseiro sempre emociona ao cantar. De vez em quando também ele ensaia dois ou três acordes do início de uma de suas músicas. Só isso. Não toca a música inteira. Mesmo assim, o público delira. No final, o mestre do blues toca duas músicas. Era o possível para um octogenário a quem todos os amantes da boa música devem respeito pelo prazer de mais de 5 décadas de musicalidade original.

Não foi uma decepção porque o show da banda é muito bom e também porque foi uma espécie de despedida a B.B. King. Como se fosse para falarmos “eu vi B.B. King ao vivo” para as futuras gerações.

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