Após a breve turnê pelo Brasil, a canadense Avril Lavigne comemora hoje, em sua terra natal Napanee, em Ontário, 21 anos de vida. A maioridade na carteira de identidade, porém, é apenas um detalhe no amadurecimento no trabalho da cantora constatado no show que ela trouxe para quatro capitais brasileiras – Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo.
Apesar de esboçar o símbolo da rebeldia, que se traduz na batida de frente contra a popstar Britney Spears, Avril mostrou que ser rebelde não quer dizer não ser profissional. Em Curitiba, tudo funcionou perfeitamente, na última sexta-feira. Horário de entrada, horário de saída, no cumprimento de um roteiro detalhadamente pré-determinado do set list, cuidadosamente escolhido. Até o aquecimento para o show foi acertadamente enquadrado, com a performance da banda carioca Leela, comandada pela estilosa Bianca Jhordão.
O público, entretanto, só incendiou de verdade com a entrada de Avril no palco. Mesclando músicas animadíssimas, como Sk8er boy, que abriu o show, com baladas depressivo-românticas, como My happy ending, Avril levou o público adolescente e infantil, maioria absoluta na Pedreira Paulo Leminski, à loucura. Não bastasse a firmeza de um preparo vocal impressionante, sem desafinadas, a cantora mostrou que não apenas solta a voz e compõe como também não faz feio tocando bateria em um momento mais heavy, violão em uma entrada meio folk e teclado em duas baladas. Uma artista multidisciplinar que virou febre, especialmente entre meninas de 10 a 20 anos, que vivem as primeiras experiências afetivas. Isto porque a grande inspiração da cantora, ela não nega, vem de seus diários típicos de adolescentes. Foi assim em seu primeiro álbum, Let go, que vendeu 14 milhões de cópias em todo o mundo e recebeu 8 indicações para o Grammy. O hit Complicated, do primeiro CD, foi o escolhido para encerrar o show, justamente para deixar aquele clima de quero mais, que ficou só na vontade com a apatia do público que não pediu bis. Tão logo a cantora deu o último acorde, o público, de aproximadamente 12 mil pessoas, virou as costas para o palco e começou a deixar a pedreira. Talvez pelo frio da noite, a baixa faixa etária do público – já era 12h30, ou pela timidez curitibana natural.
Segundo
Dos hits do novo álbum, que deu nome à turnê Under my skin, a empolgação veio com a quase dramática Nobody´s home, que apesar de mais executada no Brasil, não é a favorita da cantora, que elegeu Together como a tradução perfeita da fase em que ela viveu durante a composição do álbum. Como parceira nas letras, ela teve a cantora e nova amiga Chantal Kreviazuk, mulher de um dos produtores de Under , Raine Maida.
Com duração de exatos 67 minutos, a passagem de Avril Lavigne agradou, mas certamente deixou um gosto de quero mais na garotada que pagou R$ 50,00, no mínimo, para ver a musa teen de perto. À imprensa curitibana, em especial, faltou a disposição de Avril para conceder entrevistas. Coisas de estrela e que certamente faz parte da mística rebelde que a cerca.