É a primeira tentação do espectador – dizer que já viu esse filme. Estamos falando de Aviões da Disney. Afinal, a história do aviãozinho fumigador de plantações que sonha virar campeão numa disputa mundial parece um pouco a de Carros transposta para outro meio. Mas o diretor Klay Hall descarta. “A única coisa comum entre os filmes é John Lasseter, que ajudou a escrever a história de ambos, mas ele nunca sugeriu nenhuma filiação nossa com o conceito de Carros.” Por ‘nossa’ entenda-se a parceria de Hall com a produtora Traci Balthazor-Flynn, tão boa que Lasseter já deu carta branca aos dois para um próximo projeto, que ainda não foi decidido.

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Vamos logo esclarecendo – ocorre uma coisa esquisita com a animação em 2013. O melhor desenho do ano, aquele que vai para a lista dos dez mais de 2013, é o francês Zarafa, de Rémi Bezançon. Turbo foi Ok, mas o maior sucesso de público, em matéria de animação, do ano foi a mais fraca de todas – Meu Malvado Favorito 2. Como não há motivo para polemizar com a massa de espectadores, nem adianta – dizer o que, que as pessoas estão escolhendo mal suas atrações? -, só resta esperar que a plateia descubra o encanto de Dusty.

Para um avião que sonha tão alto, Dusty tem um problema sério, e é justamente seu pavor das alturas. “Criamos um personagem fofo para ser querido por todas as audiências. O medo das alturas surgiu como signo de uma debilidade inconcebível para as aspirações de Dusty. Era até óbvio. E imaginamos que, como todo mundo em busca de superação, ele tem de encontrar dentro de si uma energia que nem sabe que possui”, explica ainda o diretor.

Como a corrida é mundial, outros pilotos – outros aviões – representam diversas nacionalidades – há uma aeronave brasileira (dublada por Ivete Sangalo), uma oriental, um aviãozinho brega feito galã mexicano, etc. E há um avião veterano da Segunda Guerra Mundial que se isolou do mundo em seu hangar. Imagine se ele não será decisivo para que Dusty alcance o que deseja…

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As personagens parecem saídas das flybys da Airventure, mas Traci explica que seu pai e avô eram pilotos e ela se criou ouvindo o ronco dos motores. Quanto à diversidade cultural, “é para reforçar o caráter global da competição”, diz a produtora. Na semana de Rush – No Limite da Emoção, o eletrizante filme de Ron Howard no universo da F-1, Aviões propõe o mesmo desafio de filmar a velocidade – no ar, não em terra.

“Criamos um programa avançado, e não foi nada fácil”, explica a produtora. “Além da velocidade, existe sempre o problema da perspectiva aérea. Foi o nosso desafio e nenhum filme sobre competição, sem desafio, tem graça”, acrescenta.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.